Depois de ter sido casado, durante 26 anos, com a mãe dos filhos, Toy conheceu Daniela, que foi a mulher com quem refez a vida e a quem não poupa elogios.
"Na verdade, nós não escolhemos, as coisas acontecem, mas eu tive sorte. Adaptámo-nos, também, porque, ao princípio, foi complicado. A Daniela era uma miúda bastante mais jovem, já era divorciada, portanto, vivia uma vida completamente livre, e eu vinha de um casamento e fui para outro. Eu estava habituado a um sistema de vida e ela estava habituada a outro que não tinha nada a ver, por isso, tivemos que nos adaptar, e a vida é isso mesmo: cedências. [...] A Daniela é a mulher da minha vida, não tenho dúvidas nenhumas. Depois de a conhecer. Antes de a conhecer, não sei, até porque, quando eu casei a primeira vez, ela ainda não era nascida (risos)", brincou.
Na verdade, a diferença de idades nunca foi um problema, como sublinhou: "Sinceramente, não, aliás, não me sinto nada com a minha idade!"
Em 2009, o casal oficializou a relação pelo registo e, dez anos depois, casou-se pela Igreja Vetero Católica: "A partir do momento em que começámos a viver juntos, fomos ganhando os amigos que vinham da minha parte e da dela, - os que eram amigos ficaram, os outros não eram amigos - e fomos ganhando outros amigos, portanto, foi com essa gente toda que fizemos a festa. No fundo, foi fazer a festa."
E qual é o segredo desta relação? Toy não tem dúvidas: "O segredo é as tais cedências, é sermos menos impulsivos, é alguma experiência da minha parte, é darmo-nos muito bem, apesar de pensamos, sempre, de maneira diferente. Estaremos a viver, provavelmente, o melhor momento da nossa vida. Ao contrário de muitos casais que se divorciaram na pandemia, porque não estavam bem, para nós, foi ótimo. Imagina que a nossa relação era uma parede cheia de tijolos, acho que a pandemia veio rebocar a parede para ficar tudo direitinho."
Terem filhos em comum era um sonho de ambos, mas que acabou por não se concretizar: "Pensámos ter filhos logo em 2009. Se acontecesse, acontecia. Entretanto, não aconteceu, depois, não dava muito jeito, e, depois, começámos a hesitar… Agora, qual é o meu receio? Eu, até, gostava, mas, com esta idade, penso: 'Vou ser pai aos 60 anos... e quando o meu filho tiver a idade da Beatriz, eu tenho 70. Será que, com 70 anos, vou ter capacidade financeira para lhe dar a mesma vida que dei à Beatriz e aos meus outros dois filhos? Ou será que vou receber uma reforma miserável e ele vai reclamar e dizer: 'Os meus irmãos tiveram e eu não tenho!'. Esse é o meu receio! Não tenho o direito de pôr alguém no mundo para o tornar infeliz. É por isso que hesito muito. Se viesse, era bem-vindo, mas, sinceramente, preferia que não viesse."
Beatriz, de 19 anos, é filha de Daniela. Para o cantor, que recusa a palavra "enteada", é, também, uma filha.
"Não há enteados, há filhos, porque o amor é igual. Por que é que não há de ser? O que é isso do sangue? O sangue está aqui para nos ajudar a viver. Quem é que estudou junto? Quem é que ensinou as coisas? Quem é que pegou ao colo e foi pôr na cama? Isso é que é ser pai e ser mãe. Não é fazer! Fazer... a gente pode fazer meia dúzia de filhos, num instantinho. [A Beatriz] quer ser atriz, esteve em Cambridge, mas, com a pandemia, foi complicado e, agora, vai começar a estudar na ACT - Escola de Atores", contou.
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