Selfie Sem Filtros

Toy recorda morte da namorada: "Foi o meu grande abanão"

Convidado da rubrica SELFIE SEM FILTROS, Toy recordou a infância e a adolescência numa entrevista reveladora.

"Acho que a música em mim nasceu primeiro do que eu. A minha mãe contava que eu, ao colo dela, com oito meses, já entoava, já tentava cantar. E lembro-me de, com cinco anos, ter ido para cima de um palco e tocar bateria… já 'arranhava' qualquer coisa. Vergonha foi coisa que nunca tive. Entrei para a escola primária, na dona Ana Biscaia, que era uma escola só de rapazes, porque era tão bem comportado (risos), mas tenho algumas recordações interessantes, como ter ido para o teatro com 11 anos e ter começado a perceber o que era palco, o que eram pessoas... Tinha uma voz muito aguda e comecei a aprender uns acordes de guitarra com o meu pai...", começou por recordar Toy.

Também o lado maroto e brincalhão se manifestou desde cedo: "Lembro-me de ter sido apanhado no quarto da minha irmã com a vizinha do terceiro andar. Eu tinha cinco anos e ela tinha três ou quatro. E o meu avô dizia que entrou e nós estávamos em cima um do outro. Não sei o que era... (risos) É a tal apetência sexual, que acho que se tem desde bebé. A apetência, o prazer, o toque e a visualização... Lembro-me de ver as raparigas mais velhas, quando tinha 11/12 anos, e de sentir uma atração muito forte, sempre me senti muito atraído por mulheres."

Foi, precisamente, nessa altura que o músico sofreu um enorme desgosto: "Comecei a namorar com uma rapariga que, infelizmente, passados três anos, morreu com leucemia. Foi o meu grande abanão, aos 15 anos. Cresci, assim, de repente. É, sempre, difícil, com 15 anos, perder-se uma pessoa de quem se gosta muito. Foi muito difícil lidar com isso. Durante um ano, andei um bocado a 'bater mal'."

Para trás, ficou, também, alguma rebeldia e teimosia, como contou Toy: "Sempre quis ser um homem, ser mais velho, adulto, independente, e, às vezes, são essas coisas que nos fazem tomar atitudes de rebeldia pura e muita teimosia. [...] A minha mãe batia-me, dia sim, dia sim, mas não era com força (risos), era como sacudir as moscas. Não estou a dizer que é a forma mais correta de educar. Eu considero que não, acho que toquei uma vez no meu filho e uma vez na minha filha, porque tinha que ser e porque vinha de uma educação [rigorosa]… mas, hoje, era incapaz. Claro que as coisas mudam, as pessoas mudam..."

Da infância, recordou, ainda, o facto de ser o mais novo de três irmãos: "Tinha um irmão do primeiro casamento do meu pai, mas a ligação não foi a mesma que tive com a minha irmã. A minha irmã é que sofreu muito comigo (risos), porque ela queria estudar e eu tocava bateria… Eu era mauzinho. 'Enforcava' as bonecas da minha irmã no varão da banheira... Uma vez, ela chegou ao quarto e eu tinha recriado uma orgia, com as bonecas em cima dos bonecos…"

Ter assistido ao casamento dos pais é outra das grandes memórias do músico.

"O meu pai casou com a mãe do meu irmão, mas o casamento durou muito pouco tempo, porque ele veio para Lisboa, para a tropa, e, depois, já não voltou para casa ou, quando voltou, aquilo já não 'bateu certo'. Mas não havia divórcio. Antes do 25 de abril, não havia divórcio, nem pela Igreja (que, ainda, não há, não percebo porquê), nem pelo registo. Entretanto, o meu pai conheceu a minha mãe e apaixonaram-se, então, a minha mãe era amante do meu pai. Depois, casaram quando eu tinha 13 anos. Foi muito giro (risos), cantei no casamento dos meus pais! O meu pai divorciou-se, finalmente, após o 25 de abril - uma das boas coisas que o 25 de abril trouxe, entre muitas, foi as pessoas terem essa liberdade, também, de não terem de levar com a mesma pessoa a vida inteira", frisou.

Não perca a entrevista completa AQUI.

Relacionados

Patrocinados