Entrevistas

João Espírito Santo declara-se a pessoa especial: "Sempre foi uma grande amiga"

Numa entrevista exclusiva, concedida à SELFIE, a propósito da Páscoa, o Prof. Dr. João Espírito Santo prestou uma homenagem a uma pessoa que lhe é muito especial.

Que memórias guarda da Páscoa da sua infância?
A Páscoa dá-me muitas e boas memórias. Memórias de tempos em que estava sozinho com os meus pais, em que fazíamos sempre umas miniférias nas quais íamos para a zona de Caminha e, depois, íamos para a casa da minha madrinha e, aí, passávamos a Páscoa. São momentos de mimo e, também de partilha.

O que representa a Páscoa para si?
Para mim, enquanto católico, significa a ressureição e a crença de que há vida para além da morte e posso dizer que ressureição é exatamente aquilo que sinto, depois de sair do coma [após um grave acidente de viação]. Hoje em dia, considero que a memória da Páscoa faz com que queira ter tradições com os meus filhos. Desde que me casei que vamos sempre a Aguim passar a Páscoa, ver o Senhor do Compasso e, a seguir, há a tradicional caça aos ovos e recebemos todos o pão de Aguim, que a avó Laura nos dá.

Quantos afilhados tem?
Tenho três afilhados: a Carolina, a Maria e o Vasco. São os três muito diferentes, mas têm todos algo em comum: são muito risonhos. São afáveis. E uma criança que é afável, ternurenta e discreta consegue tudo, porque, efetivamente, são crianças simples e felizes.

O que é, para si, ser padrinho?
Ser padrinho é ter de substituir os pais na respetiva ausência. É ter de chamar a atenção. É ter de apoiar sempre, independentemente do ato. E, mesmo que tenha sido uma asneira, ajudá-los para que percebam que foi uma asneira e qual é o caminho certo. Ser padrinho é uma responsabilidade acrescida sobre as crianças que não pediram para nascer, mas que, acima de tudo, estão neste mundo para mostrarem a razão para terem vindo. Sou muito discreto como padrinho e eles sabem que precisam de mim para o que for necessário, sempre com a responsabilidade que lhes hei de incutir.

E que memórias/relação tem com o seu padrinho?
Tenho uma excelente relação com a minha madrinha, que sempre foi uma grande amiga, sempre esteve presente em todas as asneiras e em todas as alegrias e tristezas. A minha madrinha chama-se Maria Jacinta Couto Oliveira, é uma senhora muito discreta e dizia-me, sempre: "João Pedro, o que fizeste, desta vez?" Noutras situações, dizia-me: "João Pedro, no que te posso ajudar?" E o João Pedro foi acarinhado pela bênção da Maria Jacinta, ao longo destes 43 anos de uma forma muito simpática. Deixo um agradecimento muito especial à minha madrinha, que sempre foi exemplar.

Como costuma celebrar a Páscoa? 
Celebro a Páscoa em família, com a família da minha mulher e, depois, janto com os meus pais e com a minha sogra. Celebramos de uma forma muito familiar, com partilhas. É tudo muito simples, sem haver constrangimentos, ou seja, todos ajudamos. Há a tradição de almoçarmos leitão e jantarmos cabrito.

Cumpre o ritual do jejum/não comer carne na Quaresma?
Cumpri, na íntegra, a Quaresma. E a Quaresma foi não comer carne à sexta-feira e fiz com que os meus filhos também cumprissem, para que eles percebessem, também, o que é a Quaresma e respetivos rituais.

Que tradições não dispensa?
Não dispenso amêndoas, não dispenso pão de ló, não dispenso cabrito, não dispenso as cavacas - que a minha madrinha me manda - e o pão de Aguim. E há uma tradição que gosto muito de cumprir que é o Domingo de Ramos e ir à missa.

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