Internacional

Cerimónia solene em Windsor celebrou legado do príncipe Philip

O funeral do príncipe Philip realizou-se este sábado, dia 17, na Capela de São Jorge, em Windsor. A cerimónia celebrou o legado do marido da rainha Isabel II.

Com Lusa

O ato solene, em escala reduzida, por causa da pandemia Covid-19, não teve sermão ou discursos de familiares ou amigos, tendo, apenas, usado da palavra o deão de Windsor e o arcebispo de Cantuária, numa intervenção com detalhes curiosos da vida do príncipe Philip.

Entre os toques personalizados deste acontecimento fúnebre, em que se destacava a forte presença das Forças Armadas britânicas, viam-se, no altar, nove almofadas com as insígnias do defunto.

Entre as insígnias, medalhas e condecorações que lhe foram atribuídas pelo Reino Unido e países da Comunidade Britânica de Nações (Commonwealth), estavam a da Real Força Aérea, da qual era marechal, e as das casas reais da Dinamarca e da Grécia, respetivamente, a Ordem do Elefante e a Ordem do Redentor, numa referência às suas origens. Recorde-se que Philip, nascido na ilha grega de Corfu, em junho de 1921, era príncipe da Grécia e da Dinamarca.

A rainha Isabel II, que completa 95 anos no próximo dia 21, sentou-se isolada na capela, vestida de preto, com chapéu, e a respetiva máscara, por causa do surto pandémico.

Os convidados, nomeadamente os quatro filhos do casal, romperam com a tradição que, normalmente, exige o uso de uniforme militar nos funerais reais. Uma medida adotada pela monarca para evitar, aparentemente, que o neto, o príncipe Harry, de 36 anos, fosse excluído dessa etiqueta protocolar. O filho mais novo do príncipe Carlos e da princesa Diana, atual Duque de Sussex, perdeu os títulos militares, no ano passado, quando se afastou da família real, optando por uma vida independente e fora do Reino Unido, com a mulher, Meghan Markle.

Os homens vestiram casaca preta, ostentando as respetivas medalhas e insígnias, enquanto as mulheres usaram roupa de cerimónia preta e chapéu.

Na cerimónia, com leituras bíblicas e canções religiosas, o duque foi descrito como um "homem gentil, com senso de humor e humano", pelo deão de Windsor, David Conner.

"Fomos inspirados pela sua lealdade inabalável à nossa rainha, pelo seu serviço à nação e à Commonwealth, pela sua coragem, força e fé. As nossas vidas foram enriquecidas pelos desafios que nos apresentou, pela coragem que nos deu, pela bondade, pelo humor e pela humanidade", disse David Conner, numa rara referência pessoal, no funeral do príncipe.

O cortejo fúnebre, que precedeu o serviço religioso, teve a "assinatura" inconfundível do duque, tendo a sua forte ligação à instituição militar ficado evidente.

Antes do início do cortejo, os guardas a cavalo e os guardas a pé assumiram as suas posições num canteiro de flores no Castelo de Windsor e foi o grupo dos granadeiros reais, do qual o príncipe foi coronel durante 42 anos, que liderou o cortejo, seguido pelos comandantes seniores do Exército. Recorde-se que o duque teve uma carreira distinta na Armada britânica e, apesar de ter deixado o serviço ativo em 1951, permaneceu muito ligado à vida militar durante a sua vida pública, como consorte da rainha.

Outro dos seus desejos foi a utilização de um veículo híbrido Land Rover que transportou o caixão do castelo para a capela, um projeto desenvolvido ao longo de quase 20 anos pelo próprio duque, em conjunto com o construtor automóvel.

O carro foi flanqueado por representantes dos diferentes regimentos militares e seguido pelos quatro filhos, o Príncipe de Gales, Carlos, herdeiro da coroa, a princesa real Ana, o príncipe André, Duque de Iorque, e o príncipe Eduardo, Conde de Wessex.

Os restos mortais do Duque de Edimburgo serão, inicialmente, depositados no panteão real, na Capela de São Jorge.

Está previsto que, quando a rainha morrer, o caixão seja trasladado para a Capela Memorial Rei Jorge VI, junto ao corredor norte da Capela de São Jorge, em Windsor, ficando, assim, o casal sepultado no mesmo local.

Relacionados

Patrocinados