No Instagram, como forma de balanço de 2022, afirmou que esse foi "o ano mais difícil" que já tinha vivido, principalmente pelo problema de saúde da sua mãe. Nesses momentos mais complicados, a comédia, o humor salva?
Sim, completamente. Quando somos comediantes, a nossa função é fazer rir os outros, mesmo que a nossa vida pessoal não esteja assim tão bem. Então, o facto de fazer rir os outros... Acho que ser comediante é muito mais do que isso: é uma coisa de dar e receber. Ou seja, as pessoas não sabem como estou em cima do palco, mas só o facto de comprarem um bilhete para me irem ver já me estão a respeitar. Isso é quase como me darem um abraço e eu acabo por pensar que vou para cima daquele palco e vou fazer rir aquelas pessoas. Nesse ano, recebi a parte menos boa, mas também houve a parte boa, que foi as pessoas terem enchido as salas onde estava a atuar, o que fez com que acreditasse ainda mais no meu trabalho e superasse o que estava a acontecer na minha vida. Foi uma espécie de terapia. Lembro-me de estar a fazer comédia, no espetáculo, e ir para casa, porque tinha a minha mãe comigo e tinha de ir cuidar dela. Mas ia de coração cheio, porque as pessoas se tinham disponibilizado para me irem ver. E, na verdade, não sabia se, na plateia, também não estava alguém que estivesse a cuidar da mãe, do pai, do marido... Então, acho que a comédia, quando funciona bem, é muito generosa para ambas as partes.
Nesse balanço, afirmou que a sua mãe estava "no caminho certo". Podemos saber como está a sua mãe?
A minha mãe está no caminho certo. Está muito bem. Ela teve um problema renal, juntamente com depressão e uma doença rara. Aproveito para agradecer ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), a todos os médicos, a todos os enfermeiros que tomaram sempre conta da minha mãe. E não foi só da minha mãe: todas as pessoas que estavam no quarto com ela foram tratadas da mesma maneira. Fiquei muito mais descansada por conhecer este lado mais humano do SNS. Foi muito importante e fiquei muito orgulhosa. E, na altura, a minha mãe ficou também com uma depressão, porque o meu pai morreu há nove anos, e encontrámos uma psicoterapeuta maravilhosa. Mal a minha mãe recuperou fisicamente, também quisemos tratar da parte mental. E recuperou bem. Já está independente, já vai às compras...
Recorde-se que, na mesma entrevista, Ana Arrebentinha desvendou os próximos projetos profissionais e revelou que a mãe vai entrar num deles.