A segunda temporada da rubrica Bem Me Quer by Barral arranca com um episódio sobre um dos momentos mais marcantes na vida de uma criança e que causa bastante ansiedade nos pais, o desfralde.
Neste episódio, a coordenadora editorial da SELFIE, Cátia Soares, conta com a presença habitual da psicóloga Tânia Correia e de uma convidada muito especial: a psicóloga brasileira Márcia Tosin, fundadora do Movimento Neurocompatível.
Um dos temas abordados tem a ver com o facto de o desfralde estar a ficar cada vez mais tardio.
"As crianças estão a deixar a fralda mais tarde. Há uma pesquisa que mostra que o desfralde está mais próximo dos quatro anos, algo que antes acontecia antes dos dois anos", revela Márcia Tosin.
Muitas vezes o processo de desfralde está associado a medo ou fobia, o que dificulta o processo e nem sempre é percebido da melhor forma pelos adultos, como alerta Tânia Correia: "Às vezes, há o pensamento de: ‘Agora, ele está a reter para me provocar, para ver se eu cedo, se vou dar a fralda outra vez! Mas eu não vou ceder!’ Isto não é uma luta de poderes, isto é uma relação de cooperação!"
Então quando devem os pais procurar ajuda? Para Márcia Tosin, os pais devem confiar, estar atentos e procurar ajuda, sempre que considerarem pertinente.
"A partir dos quatro, cinco anos de idade, se uma criança não completou o processo de desfralde, o ideal é uma avaliação com o médico pediatra, com o psicólogo infantil, com o fisioterapeuta, com algum profissional que realmente esteja capacitado para entender se a criança está com fobia, se está em zona de desfralde, se está obstipada", explica, antes de deixar um alerta: "30% das crianças vão ter alguma disfunção grave. Há prejuízos que podem ir para a vida inteira, como uma disfunção sexual, uma perda urinária em que a pessoa precisa de ir à casa de banho de 30 em 30 minutos."
Tânia Correia é perentória neste ponto: "O objetivo do desfralde ser só a criança largar a fralda já é um problema à partida, porque este é um processo muito mais abrangente e muito mais profundo do que essa conquista. É o bem-estar e a associação que a criança faz ao processo todo. Um processo forçado é um processo que eu estou a fazer para agradar alguém e isto a criança vai levar com ela para a vida toda."
Bem Me Quer by Barral é uma rubrica sobre maternidade, parentalidade e saúde mental de pais e filhos. Neste projeto, a SELFIE conta com a psicóloga Tânia Correia e com o apoio da Barral, um parceiro que se preocupa, acima de tudo, com o bem-estar das famílias.
Tânia Correia | Psicóloga, mestre em Psicoterapia Cognitiva-Comportamental na área da infância e adolescência | OPP: 24317
Márcia Tosin | Psicóloga especialista em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva | Título de Especialista em Psicologia Clínica chancelado pelo Conselho Federal de Psicologia Brasileiro CRP08/10916