Entrevistas

Emanuel Monteiro estreia nova temporada de "Acontece aos Melhores": "O grande desafio da minha vida profissional"

Numa entrevista exclusiva à SELFIE, o jornalista Emanuel Monteiro destaca as novidades da segunda temporada do programa "Acontece aos Melhores", um projeto que, segundo o próprio, representa uma vitória do jornalismo de proximidade.

Em janeiro, completam-se sete anos desde que começou a trabalhar na Media Capital. Pode-se afirmar que o "Acontece aos Melhores" é o projeto que mais o marcou, até agora?
De facto, o tempo passa a correr. Talvez, porque seja muito feliz a fazer aquilo que faço. Ao longo destes quase sete anos, superei desafios muito diferentes, dentro da TVI. Claro que o "Acontece aos Melhores" me tem marcado muito, porque já trabalho neste projeto há, praticamente, um ano. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver o conceito, primeiro como rubrica e, agora, como programa, dentro do "Jornal das 8". É um desafio enorme fazer e ver crescer um projeto, mas dá-me uma satisfação enorme, como espero que dê aos espectadores da TVI.

A proposta deste formato é "ouvir os problemas que os espetadores não conseguem resolver". Já foi possível resolver alguns desses problemas, devido ao destaque que acabam por ganhar?
Esse é outro dos grandes prazeres que o "Acontece aos Melhores" me dá. Já tive oportunidade de revisitar vários casos da primeira temporada e tenho percebido que muitos dos problemas daquelas pessoas já tiveram, ou têm, uma solução à vista. Depois, perceber que essa solução foi, pelo menos, impulsionada pela rubrica deixa-me indescritivelmente feliz e com a sensação de missão cumprida. É, também, para isto que serve o "Acontece aos Melhores": ajudar, ou tentar ajudar, os nossos espetadores e entrevistados a superar dores de cabeça terríveis, mas que, às vezes, são tão mais fáceis de resolver do que aquilo que parecem. Mas não posso revelar tudo. Em breve, prometo que fazemos um episódio onde revisitaremos os casos da primeira temporada para mostrar aos espetadores como se resolveram e como estão aquelas pessoas, estes meses todos depois.

Qual foi o momento mais surpreendente da primeira temporada do "Acontece aos Melhores"?
Para ser honesto, a minha maior surpresa foi perceber que o público nunca nos largou. Perceber que o formato gerava identificação nos espectadores e perceber que estávamos a ser úteis para pessoas concretas. A primeira temporada registou uma audiência média de mais de um milhão de pessoas. Para mim, não há nada mais surpreendente do que isso.

Por que motivo há esta aposta na reformulação do "Acontece aos Melhores"?
A Direção de Informação da TVI propôs-me reformular o "Acontece aos Melhores", em julho. O desafio é muito mais complexo, porque acarreta muito mais trabalho e muita mais responsabilidade, mas não consegui esconder a alegria. Como a rubrica resultou tão bem, por que não, em cada um dos episódios, levar aos espetadores mais histórias, casos ainda mais insólitos e introduzir novos segmentos na rubrica?

O "Acontece aos Melhores" vai ganhar mais tempo de antena. É um reflexo das inúmeras histórias que têm recebido?
O "Acontece aos Melhores" é feito, sobretudo, pelos nossos espetadores que enviam as suas histórias para o nosso e-mail, aconteceaosmelhores@tvi.pt. Ao longo de todos estes meses, recebemos centenas de casos e, de facto, com um programa maior, vamos conseguir chegar a mais pessoas, expor mais problemas e, também, ajudar e dar dicas para os resolver. E como há tantas pessoas que, mesmo não enviando as suas histórias, têm os mesmos problemas que os nossos entrevistados, conseguimos, com mais conteúdos, estar próximos de ainda mais pessoas. E é para isso que cá estamos, todas as segundas-feiras.

Além de ganhar uma maior representação territorial (percorrendo todo o país, incluindo as ilhas), o programa tem dois novos elementos: as jornalistas Márcia Sobral e Alda Martins. O que ambas irão trazer ao "Acontece aos Melhores"?
No novo "Acontece aos Melhores", a jornalista Alda Martins vai guiar um segmento chamado "Arte de Bem Reclamar", no qual vamos dar dicas, a quem nos vê, para saber como resolver os mais variados problemas, tal e qual um mestre das reclamações. Seja com condomínios, seguros ou viagens. A Márcia Sobral vai contar mais histórias daquelas que achamos que só acontecem aos outros, mas que também nos podem acontecer a nós, e vai conduzir investigações relacionadas com os casos denunciados na rubrica.

Por que razão foi criada o segmento "Arte de Bem Reclamar"?
Sobretudo porque, enquanto consumidores, muitos de nós não sabemos como resolver os mais variados percalços que nos vão acontecendo. Às vezes, porque a informação não está disponível, outras vezes, porque é dispersa e pouco clara. Por isso, resolvemos criar este segmento, no qual explicamos com reclamar, com quem reclamar e quais os direitos de todos nós, em relação aos mais variados problemas.

Qual foi a maior lição a nível profissional - e, também, a nível pessoal - que já aprendeu com este formato?
Sobretudo aprendi que, de facto, às vezes, podemos estar apenas sentados no sofá a ver televisão e sermos surpreendidos, da forma mais inesperada, por um problema, por vezes grandes berbicachos, que nunca pensámos que nos pudessem atingir. E aí, a sabedoria popular não falha: "Não acontece só aos outros, às vezes, 'Acontece aos Melhores'." É verídico.

Como é que explica o sucesso do "Acontece aos Melhores"?
Na minha modesta opinião, acho que é pelo facto de retratarmos problemas comuns, de todos nós, que, na maior parte das vezes, não têm lugar na televisão, precisamente por serem problemas, aparentemente, pequenos ou que acontecem, apenas, a uma pessoa. Surpreendentemente, aprendi, também, que, por mais insólito que seja um problema, ele nunca acontece, apenas, a uma pessoa. E, às vezes, acontece a muitas mais do que imaginamos. Mas, também, pode vir a acontecer a outras, inclusivamente a nós. E acho que isso gera identificação. E é a identificação que, tantas vezes, leva o público a ficar e a ver até ao fim. E, no fim de contas, não poderia estar mais agradecido a quem nos vê.

Sente que o êxito do "Acontece aos Melhores" é uma vitória do jornalismo de proximidade?
Sim, sobretudo num canal generalista. Que tem a obrigação de retratar o país inteiro, nas mais diversas áreas. E ter esta oportunidade é uma honra. Sentir que ajudamos pessoas é uma honra. Sentir que somos úteis a quem nos contacta e vê é a melhor forma de pagamento, no final do dia.

Foi para praticar este tipo de jornalismo que sempre quis seguir esta profissão?
Sem dúvida. Desde que me lembro, sempre quis ser jornalista, sempre gostei de ouvir os outros e de contar histórias que outras pessoas também me contavam. E é isso que faço, na minha profissão. Por isso, ainda bem que segui e ainda bem que, hoje, estou aqui. Acho que se nota que fazemos o "Acontece aos Melhores" com dedicação e com amor.

Qual é o próximo objetivo profissional?
Para já, só consigo pensar no "Acontece aos Melhores", que é, assim, o grande desafio da minha vida profissional, porque, se tudo correr bem, ficará na antena da TVI ao longo dos próximos meses. Portanto, como uma grande amiga me diz sempre: "Força, foco e fé."

Já que falamos sobre o futuro, está para breve o lançamento da CNN Portugal. Quais são as expetativas para este novo canal de informação?
Muitas expetativas. A CNN é uma televisão universal. E poder fazer parte do universo, em Portugal, é inacreditável. Auguro o melhor para a CNN Portugal e não tenho dúvidas de que vamos levar a melhor informação, e a mais rápida, e a mais próxima, aos espetadores.

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