Alexandra Borges e Emanuel Monteiro sobre reportagem "Amor Sem Fim": "É muito difícil não nos emocionarmos"

"Amor Sem Fim" é uma minissérie documental de quatro episódios que vai ser transmitida entre 3 e 6 de fevereiro no programa "Alexandra Borges", na TVI, e que retrata a história da luta de uma mulher para "engravidar do marido morto".

Após uma mensagem no Facebook, o jornalista Emanuel Monteiro teve o primeiro contacto com a história de Ângela, de 32 anos, que pretendia "engravidar do marido morto".

Após a estranheza inicial, o jornalista verificou a validade da "história digna de um filme", que arrebatou, também, Alexandra Borges, conforme contaram à SELFIE.

"É uma história de amor inédita, que passa a morte, em que esta mulher está numa luta contra o tempo, para realizar aquele que é o último desejo do marido, vontade essa expressa por ele, que tem os médicos e enfermeiros como testemunhas e que ficou escrita", esclarece Alexandra Borges, que refere que, aquando da morte de Hugo, vítima de um cancro, o casal estava inscrito num programa de procriação medicamente assistida, no Hospital de São João.

O problema é que não chegou a haver embrião e, neste momento, a lei não permite que, depois da morte, Ângela seja inseminada com o esperma do marido. "E pior, o hospital prepara-se para destruir esta amostra, o sonho de amor deste casal", afirma a jornalista.

"A lei espanhola permite que Ângela engravide do marido até um ano depois da morte e esse tempo está prestes a acabar, a 25 de março", elucida Emanuel Monteiro, que esclarece, ainda, que a viúva tem o apoio da família do marido nesta intenção do casal.

Em relação aos que acusam Ângela de estar "a aproveitar-se desta situação por causa da herança", os jornalistas da TVI informam que a viúva está disposta a prescindir de qualquer eventual herança, "porque ela quer é engravidar e realizar este sonho de ambos".

Alexandra Borges revela que o que mais a impressionou foi a "força desta mulher inspiradora, que é emocionante" e que, tratá-la desta maneira, à luz da lei, "é só desumano". "É muito difícil não nos emocionarmos", confessa a jornalista, que conta que não conseguiu conter as lágrimas.

Já sobre Hugo, que morreu, aos 29 anos, ambos os jornalistas consideram que este "era uma pessoa muito especial" e consideram que o conhecem através dos relatos de Ângela: "Ficámos inspirados por esta história de amor."

No final, Alexandra Borges e Emanuel Monteiro deixam o desejo de que tudo se resolva e aludem à enorme onda de apoio que, entretanto, se gerou em torno do caso, até porque "Ângela pode até não conseguir engravidar - nada garante que a inseminação seja bem sucedida -, mas tem o direito de, pelo menos, tentar. Não lhe podem cortar esse sonho. Se for preciso mudar a lei, que se mude a lei". Até porque ambos têm uma certeza: "Vai ser uma criança muito amada!".

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