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Mário Augusto desabafa sobre saúde da filha: "Dor fininha que nos aperta no sofrimento e que nenhum pai deveria experimentar"

Recorrendo ao Facebook, o jornalista Mário Augusto deixou um desabafo sobre a saúde da filha, Rita.

Foi em maio de 2022 que Rita, filha de Mário Augusto, foi submetida a uma intervenção cirúrgica delicada para a extração de 25 parafusos e duas varetas de titânio da coluna.

Entretanto, quase um ano e meio depois, o jornalista recorreu ao Facebook para deixar um novo desabafo sobre o estado de saúde da jovem. "Outra vez a dor fininha. Quando nos dói, fica aquele sentir amargo que há muito chamo (e experimento sem querer) como uma dor fininha que escarafuncha o pensamento, rasga a melhor paisagem em pedaços, amarfanha projetos desenhados em folha branca. É nestas alturas que me lembro de um provérbio, cuja origem desconheço, mas que vi escrito em mural: 'Nunca se esquecem as lições aprendidas na dor.' E que dor! Digo eu", começou por assinalar.

"Escrevo no dia seguinte a uma passagem pelas urgências hospitalares, 15 horas no [Hospital] Santo António. Bons e cuidadosos médicos, equipa de enfermagem entre a dedicada e cuidadora de palavra amiga e outras, mais zangadas, donas de pequenos poderes que exercem a sua revolta encavalitada no azedume contra o sistema, mas sobre quem mais precisa e sofre no momento. Essas são outras histórias a acrescentar ao rol do que já coleciono de atitudes que prefiro ignorar, guardando só na memória os voos de anjos da guarda que sorriem quando passam sempre com a pergunta: 'É preciso alguma coisa, minha querida? Já dói menos?'", acrescentou.

Mário Augusto relatou, ainda, como foram as 15 horas nas urgências: "Deu para apanhar de tudo. O bêbado, que ressona enroscado na maca em 'obs' por causa da aparatosa queda. Os muitos velhinhos frágeis com cara de solidão. O pintas da dor de barriga e nós próprios, que aprendemos como lidar com a angústia ao minuto e em sprint. Nas urgências de um hospital, a nossa dor é só nossa, há lá de tudo e não se aceitam devoluções."

"Entre as dores que nos apertam a alma, que ninguém queira experimentar a dor de pais repetentes nesse exame de vida. As longas horas também doem, os ponteiros parecem que andam ao contrário. Assim nos sentimos, eu e a Paula, como pais angustiados em 15 horas de hospital. A dor fininha também rasga. A vida vai-nos ensinando e a Rita é professora de resiliência. Não nos interessa encontrar culpas, mas, sim, soluções", garantiu o jornalista.

Neste desabafo, Mário Augusto elogiou a postura da filha: "Algo que correu mal na operação de urgência há ano e meio tem-lhe trocado as voltas de uma vida linda, sorridente, esperançosa. Uma compressão medular cervical, meia-volta, troca-lhe o sorriso por sofrimento. Rouba-nos a alegria por angústia, enquanto incessantemente procuramos soluções. O que nos vale é que ela é superior. Desde que lhe disse um dia ao ouvido que as lágrimas não regam flores, não sei onde, mas ela vai buscar energia e, entre repouso forçado e longo, lá arranja tempo e quer acabar o mestrado em breve. Quem sabe o que é amar os filhos, também sabe - ou ouviu falar - da dor fininha que nos aperta no sofrimento e que nenhum pai deveria experimentar."

"Não sei de onde, mas lá vem de mansinho depois de um choro compulsivo, o beijo sorridente como quem beija um dói-dói. Havemos de lá chegar... Se o amor é analgésico ... Amo-te, Rita, e todos os que leram este relato de um dia menos bom, já te amam também meu amor", completou, na legenda de uma série de imagens, na qual troca mimos com a filha, Rita.

Veja, agora, as imagens partilhadas por Mário Augusto, na galeria de fotografias que preparámos para si.

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