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Infância de Fernanda Serrano marcada por dificuldades financeiras: "Lembro-me de ouvir a minha mãe a chorar"

Na autobiografia celebrativa dos 50 anos, Fernanda Serrano revela detalhes sobre as dificuldades que a respetiva família enfrentava nos primeiros anos de vida da atriz.

Começando logo por sublinhar que teve "uma infância feliz", Fernanda Serrano fala abertamente sobre as dificuldades que a respetiva família enfrentou nos primeiros anos de vida da atriz, na autobiografia Não Há Vidas Perfeitas. O lançamento do livro realiza-se nesta quarta-feira, dia 15, o mesmo em que a artista completa 50 anos.

"Se os meus pais não fossem trabalhar, esses dias eram descontados no seu ordenado, o que, para a nossa realidade económica de então, não podia acontecer. Já vivíamos com dificuldades, mas, se houvesse cortes nos salários, o final do mês, sempre tão esperado lá em casa, seria ainda mais complicado", contextualiza Fernanda Serrano, lembrando que, "nas décadas de 1970 e 1980, a crise económica era enorme", o que provocou "tempos muito, muito complicados".

O pai "foi sempre serralheiro mecânico" e a mãe "trabalhava como prensadora numa fábrica". Eram "profissões duras e mal pagas", refere a atriz, explicando que a progenitora deixou de trabalhar quando ficou grávida, o que se manteve durante os primeiros de vida da atriz. "Nesses meus primeiros cinco anos, sem o ordenado da minha mãe, a nossa vida foi ainda mais dura", assume.

Logo a seguir, Fernanda Serrano descreve: "Na nossa casa não havia fartura nenhuma, nem de coisas essenciais. Hoje, trabalho muito para que nada falte aos meus filhos, para que tenham sempre refeições saudáveis, para que todos os dias comam peixe, carne, legumes e fruta. Não tive a mesma sorte. Eram tempos muito difíceis e diferentes. Tínhamos o básico e comíamos muitos enlatados, muita comida alentejana, muita sopa e muito pão."

Afirmando que os pais "nunca esconderam" à filha que passavam por "uma vida difícil", a atriz revela que, na respetiva casa, "tudo era contido" e "nada se desperdiçava". "Um dia, era eu muito pequena, devia ter para aí uns sete anos, lembro-me de estar no meu quarto e ouvir a minha mãe a chorar e a dizer que a comida acabara e que não tinha dinheiro para ir ao mercado", exemplifica.

"Daquela vez, tinham ficado os dois sem receber. Desconheço como é que a minha mãe resolveu o problema. O que sei é que ela devia saber como se fazem milagres, porque nunca ficámos sem uma refeição. Havia sempre qualquer coisa, e, se não a tivesse ouvido tão desesperada, nem teria percebido quão grave era a situação. A minha mãe lá arranjava maneira de servir sempre qualquer coisa", relata.

Veja, agora, nas galerias que preparámos para si, as melhores imagens de Fernanda Serrano.

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