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Após momento polémico, André Patrício garante: "Senti-me em perigo"

Numa entrevista concedida ao programa "À Conversa com Ana Rita Clara", o ator Andre Patrício recordou um momento polémico que viveu durante uma peça de teatro.

Foi em janeiro de 2023 que uma das sessões da peça "Tudo Sobre a Minha Mãe", levada à cena no Teatro São Luiz, foi interrompida por uma ativista transexual, assim que apareceu, pela primeira vez, em palco, a personagem Lola, representada pelo ator André Patrício. Esta personagem era uma mulher transexual, mas que, na peça, estava a ser interpretada por um ator cisgénero, ou seja, cuja identidade de género corresponde ao género que lhe foi atribuído à nascença. Daí o motivo da manifestação, que exigia que uma atriz transexual representasse o papel de Lola.

Após a contestação, o Teatro do Vão - associação cultural responsável pela peça - acabou por substituir André Patrício por uma atriz transexual, Maria João Vaz.

Mais de um ano depois deste incidente, no programa "À Conversa com Ana Rita Clara", André Patrício recordou o momento inesperado.

"Enquanto ser humano, senti-me em perigo", começou por referir, acrescentando que passou por uma mudança: "Por mais que pudesse dizer que não, há uma mudança. Ficas a pensar por que motivo estás ali. O que é que interessa, o que é que vale? Até que ponto é que queremos isto? Reposicionas-te nos teus objetivos, na tua vida. Claro que, entretanto, fui relaxando, fui acalmando, estou prontíssimo para voltar a fazer teatro. Acho eu."

"Quando estiver novamente no palco, é que vou lidar e vou ver como é que me sinto", confessou, também.

Ao envolver-se num novo projeto posterior à peça - e para o pequeno ecrã - o ator, de 44 anos, sentiu-se com "receios e ansiedade". "Pensei que, se calhar, tinha de ir mais fundo nisto. Então, faço a minha terapia semanal ou quinzenal. Decidi aprofundar um pouco mais o que se tinha passado, porque os ecos em mim é com o que depois tenho de lidar", afirmou.

No final, André Patrício fez questão de frisar: "Achei muito importante o que aconteceu. Sou um ativista de rua, de bairro, da minha vida. Não vou para a rua gritar palavras, não sou esse tipo de pessoa, mas, todos os dias, vou fazendo o meu manifesto. E vou falar sobre liberdade e aceitação."

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