Presença na Internet há aproximadamente duas décadas, "A Pipoca Mais Doce" reconhece que as respetivas palavras têm peso. E isso, naturalmente, faz a influenciadora digital ter filtros.
"Claro que sim. Claro que, em 20 anos, as coisas não foram sempre lineares. Mas a verdade é que, se comecei, há 20 anos, a dizer absolutamente tudo o que queria e tudo o que pensava, sem ter filtro absolutamente algum, também um bocadinho escudada no facto de ninguém me conhecer e de ser anónima, depois, houve, neste percurso, uma fase em que me senti um bocadinho mais ponderada ou talvez a exercer alguma espécie de autocensura, porque o reconhecimento também traz esse lado. O facto de estarmos mais expostos também traz uma cobrança maior. Estamos mais expostos à crítica, à indignação, a todas essas coisas...", disse Ana Garcia Martins, recentemente, em declarações aos jornalistas.
"Agora, acho que estou a voltar um bocadinho à minha génese de voltar a dizer o que penso sempre que me apetece, sobre que assunto for e no meu estilo, que as pessoas sabem que é humorístico, mas também, se calhar, um bocadinho mais sarcástico, um bocadinho mais corrosivo. O que eu acho é que, se tenho uma plataforma que chega a tanta gente, quero ter uma voz ativa e quero usá-la da forma que acho mais proveitosa e da forma que também me dá mais prazer. Sinto que a idade traz isso de bom. Vamos perdendo os filtros e traz-nos, se calhar, uma certa impunidade por detrás disso. As pessoas pensam: 'Coitada, está mais velha, já não tem filtro e já pode dizer tudo'. O meu sonho é chegar aos 80 anos e, aí, sim, não haverá qualquer espécie de filtro", brincou.
Com mais ou menos filtros, "A Pipoca Mais Doce" é frequentemente alvo de críticas. E como lida a influenciadora digital com esses julgamentos? "Em 20 anos, já houve espaço para tudo. Se houve alturas em que a crítica, mais das pessoas até do que dos seguidores, me fez retrair um pouco, neste momento, lidar com a crítica já é uma coisa muito natural na minha vida. Recolho as críticas que acho que são construtivas e positivas e que me podem ajudar a evoluir. As outras que acho que são - como são a maioria das vezes - só absolutamente gratuitas e ofensivas, apago e não ligo nenhuma. Já não há absolutamente nada que possam dizer neste momento que me melindre, porque são 20 anos a ouvir de tudo. Portanto, já cheguei a uma fase em que, felizmente, já estou muito escudada em relação a qualquer coisa que possa ser dita sobre mim de menos bom", respondeu.
"Claro que foi um processo e claro que, ao longo destes anos todos, também sofri com isso e também padeci de algumas inseguranças. Se calhar, também pensei: 'Não quero fazer mais isto'. Mas, felizmente, acho que fui conseguindo sempre superar, a ponto de achar que lido muitíssimo bem com tudo o que sejam críticas menos boas", concluiu Ana Garcia Martins.
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