Reeducar as lentes que usamos para observar a infância.
Aquelas que a nossa história nos colocou e que alteram a maneira como interpretamos o comportamento da criança. Aquilo que estas lentes permitem ver diz mais sobre o que nos fizeram/o que nos faltou (a nossa criança interior), do que sobre a criança que temos à frente.
Reeducar o pensamento de que a criança não sabe nada.
Esta traz valiosas lições, podemos aprender (e muito!) com ela se pararmos de falar, achando que temos de lhe mostrar o que é a vida, e a escutarmos.
Reeducar no saber pedir desculpa, assumir que não somos perfeitos, que temos ainda tanto para melhorar diariamente.
Reeducar a forma como expressamos o que sentimos.
Largarmos o peso que nos colocaram em cima na infância, de que éramos os grandes responsáveis por os nossos pais se descontrolarem, e agora assumirmos o papel ativo na forma como trazemos para fora o que vai cá dentro. Se nos desregulamos, a dificuldade de regulação é nossa, não culpa da criança.
Reeducar esta ideia de que educar é passar informação e regras.
A relação com a criança educa, dá-lhe um modelo a seguir, ensina-a que é amada, dá-lhe segurança, traz admiração e respeito por quem a respeita, o que faz com que esteja mais recetiva às mensagens que vamos aprendendo juntos.
Reeducar aquilo que nos transmitiram sobre o que as crianças precisam e como devem ser tratadas.
O maior desafio da parentalidade não é educar a criança, é reeducarmo-nos.
Estamos juntos.