A criança alcança-o por ver em nós alguém a quem se sente ligada. Não se trata dela fazer tudo o que queremos, tal como nós adultos podemos pensar diferente e ter vontades distintas daqueles que respeitamos. O que acontece é que a criança confia em nós, sente-se vista por nós, e, por isso, tenderá a escutar mais as nossas visões e pedidos e, consequentemente, a colaborar mais (sente que somos da mesma equipa).
O respeito é abertura e entrega, contrariamente ao medo.
Quem sente medo, não tem respeito. O medo é uma forma de silenciação através de determinadas consequências (físicas e/ou emocionais).
A criança que se contém junto ao adulto, fá-lo em modo de sobrevivência, por se sentir cercada e estrangulada. Quando o poder do adulto pelo tamanho e pela força (física ou das palavras) é igualado pela criança (que cresce), o medo desaparece e surge a revolta, por finalmente existir libertação, ou o afastamento como forma de proteção do agora adulto.
O medo é uma trela que um dia rebenta.
Os pais que tanto se orgulham de, no passado, lhes bastar abrir os olhos para os filhos pararem um comportamento são muitas vezes os mesmos que, hoje em dia, não lhes metem a vista em cima ou, quando o fazem, os olhares não se cruzarem com cumplicidade e ternura.
Afinal, nunca foi respeito, era medo.
Estamos juntos 💛