Crónicas

"Big Brother": Magda Burity comenta "a vida depois das nomeações e a Sandra"

No domingo, fiquei colada ao ecrã e triste com a saída da Diana, mesmo sabendo que esta concorrente trouxe para a ordem do dia causas que devem ser debatidas em outros espaços televisivos e políticos. Por outro lado, a permanência do Rui, na casa, é primordial ao jogo. E mesmo sendo difícil, por vezes, separar as emoções do jogo, o último é o mais importante.

  • 30 set 2020, 08:49
Magda Burity
Magda Burity

Hoje, não me vou focar na menina de Cascais, a Joana, e naquele momento que me causou vergonha alheia, no confessionário, por isso, salto já para a Sandra e a sua linha da vida.

Gostei de saber que é moçambicana. Afinidade, já que, também, tenho a costela do meu pai, e somos do mesmo ano. Sendo assim, caminhámos, lado a lado, com vivências muito diferentes.

A Sandra é uma mulher linda. Isso não a iliba de algumas asneiras que faz na casa, como dar confiança a quem não deve, mas, talvez, a sua história justifique algumas inseguranças que tenha e, como não sou especialista, vou concentrar-me na discriminação familiar e social que sofreu.

Ainda bem que a concorrente de um outro Cascais, que não é aquele dos "valores e bons costumes" o contou, na primeira pessoa e num contexto protegido, como é o "Big Brother".

Talvez, assim, haja mais empatia para com quem partilhe estes casos de discriminação e racismo, que acontecem, diariamente, e passam, de geração para geração, e os entenda como um mal de uma sociedade que está, estruturalmente, confortável em negar que esse preconceito existe.

Basta ter dois palmos de testa para olhar para aquela mulher e reconhecer que ela é linda. Nos dias em que me apetece assemelhar a ela, coloco uma wig (peruca de caracóis) e ainda bem que já nos podemos permitir a isso. Mas falta-lhe o essencial. Fazer as pazes com o passado e com os fatores externos à sua essência.

Quantas Sandras existem à nossa volta que nem sequer damos conta e achamos que se estão sempre a queixar e que é vitimização? Não, não é. Uma criança nunca esquece o que lhe acontece e daí a importância de dar valor ao papel de um bom psicólogo.

Mesmo com algumas fragilidades, a Sandra está a preparar uma "tropa" para o futuro, que é a sua filha, Jéssica Fernandes, e que, para mim, até agora, na casa, tem sido a minha preferida. Pela sinceridade. Por chorar quando sente que deve e, por, agora, estar a protagonizar, com o Renato, tranquilamente, o primeiro romance da casa. Não sei se vai ser fácil para ela ser jogadora, filha e ter borboletas na barriga, mas desejo-lhe vida longa na casa.

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