Crónicas

Magda Burity sobre o "Big Brother": "E a sororidade onde fica?"

Tenho estado no meu "posto de comando", o meu sofá, a assistir aos movimentos de todos os concorrentes. Dirijo estas linhas aos três indigitados ao Posto de Comando do "Big Brother - A Revolução". Mesmo sendo apenas uma tripla, não deixam de ter um papel de destaque no jogo, uma vez que é através deles que consigo, para já, escrever o tema que quero abordar.

  • 16 set 2020, 16:52

Vou tentar ser muito rápida para não perder a vossa atenção. Apesar de a palavra sororidade ter explodido em Portugal no último BB2020 e de se ter tornado viral, até nas conversas do painel de comentadores, sinto que estas concorrentes vão deitar tudo abaixo. Sinto! Que eu sou de sentir, já que só vamos a meio do quarto dia.

Sororidade significa, assim, em poucas palavras, a união e a irmandade entre mulheres. A escritora Chimamanda Ngozi Adichie reforçou esta união, numa conferência TEDx, na qual eu também fui oradora... Também a ex-concorrente Ana Catharina viveu em sororidade todo o seu percurso na "casa mais vigiada do país", o que lhe valeu um merecido quinto lugar, sem ser preciso julgar ninguém e chegando a colocar a sua permanência no jogo à disposição, em nome das suas causas.

Mas ninguém precisa de ter causas para se candidatar a um "Big Brother". Muito menos forçá-las. Logo, cada um é livre de jogar como bem entende. Desde que o respeito pela individualidade do próximo seja a regra. A meu ver.

Vamos, então, ao que interessa. Há dois dias, foi atribuída aos "Três Metralhas" - Andreia, Sandra e Bruno - a tarefa de analisarem, a pente fino, os seus colegas para, depois, no dia a seguir, formarem grupos para os concorrentes se conhecerem melhor.

Nós, os comentadores de serviço, sempre fomos e somos trucidados, em praça pública, pelos nossos comentários, mas quando assisti àquelas análises decidi convidar-vos a fazerem o exercício ao contrário. Vamos lá!

Há um pseudopoder, naquele quartinho, com uma pseudolíder, a Andreia. A formadora do Seixal e a sua adjunta Sandra - que até tem uma filha de cabelo preto e partilhou que foi vítima de bullying na escola - acham que as "mulheres de cabelo preto são um bocado bitch" – ipsis verbis. Podem puxar a box para trás, mas, cuidado para não arrastarem os móveis e, assim, verem o que a maioria viu! Estou a brincar no movimento da box, sim?

Depois de uma apresentação toda pomposa da Andreia, sem preconceitos, e da "mãe leoa" Sandra, como é que, em dois dias de isolamento social forçado, chama "pintas" ao Rui, dizem que a Diana "devia estar calada" e apelidam os mais novos de "koalas"?

Independentemente de ser um reality show e de a polémica, a discórdia e a explosão serem a tónica das audiências e do "canal" que querem dar, pensam eles, aqui, meus queridos, vamos manter o nível e trabalhar, sempre, no caminho do Bem. Com uma análise coerente e sem deixar cair o que construímos, numa fase em que ainda é preciso resgatar valores. Confesso que, mesmo com as pouquinhas conversas interessantes que tenho visto no TVI Reality, esta fasquia está fraquinha e os sucedâneos não existem.

Que comecem os aviões!

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