Sendo católica praticante, Liliana Campos não conseguiu ficar indiferente, perante a atual polémica dos alegados abusos sexuais praticados na Igreja Católica.
"Sou católica. Sou praticante. Acredito em Deus. A minha Fé ajudou-me muito ao longo da Vida. Aplaudi a iniciativa da Igreja Católica em criar uma comissão independente para analisar os crimes sexuais praticados dentro da própria Igreja, constituída por técnicos que merecem o maior respeito dentro da respetiva área", começou por referir, na legenda de uma série de fotografias, na qual surge a acender uma vela, no interior de uma igreja.
A apresentadora, de 51 anos, ainda se mostrou indignada com a decisão de a Igreja em não afastar os padres suspeitos de abusos sexuais: "Quando ouvi o relatório da comissão, receei o que aconteceu hoje [sexta-feira, dia 3 de março] - que as vítimas não fossem colocadas em primeiro lugar. Infelizmente, foi mesmo o que aconteceu. Estou enjoada, enojada e com vergonha de tudo o que ouvi. Até prova em contrário, todos os suspeitos deviam, no mínimo, ficar suspensos, porque, quando a comissão independente entrega uma lista, não o faz levianamente."
"A outra questão é a indemnização das vítimas. Como a própria palavra diz, são vítimas. Crianças, adolescentes, hoje homens e mulheres, que, ao terem sofrido abusos sexuais, passam pela vida, não a conseguem viver. A indemnização deve ser por parte de quem praticou os hediondos atos, mas também pela Instituição, que, em muitos casos, até já sabia do que estava acontecer, tornando-se cúmplice. Diz o povo que 'tão ladrão é o que rouba, como aquele que fica a ver'", acrescentou.
Na opinião da comunicadora, é essencial que a investigação destes abusos sexuais seja levada "até às últimas consequências": "Sim, para mim, a Igreja Católica tem de indemnizar as vítimas, pois muitos destes atos foram praticados dentro das próprias Igrejas, onde, acima de tudo, todos buscamos a Paz Interior. Fala-se numa divisão dentro da própria Igreja, que quer levar tudo isto até às últimas consequências ou os que tentam, de alguma forma, mandar 'areia para os olhos', a ver se isto passa. Espero que ganhe a que quer levar tudo isto até às últimas consequências, porque tudo o que aconteceu não vai passar. Não pode passar…"
"Assim como não vale a pena estarem a criar mais comissões, ainda para mais 'articuladas', o que, provavelmente, quer dizer dependência, o que seria ainda mais vergonhoso e desrespeitador para com as vítimas (sim, vítimas e não acusadores), porque muitas delas só falaram, porque acreditaram na independência de quem as ouvia. Confiaram…", afirmou, ainda, Liliana Campos.
No final da mensagem, a apresentadora sublinhou que acabou por viver, assim, "um dia triste": "Não sei o que o Ministério Público pode fazer com tudo o que foi apurado pela comissão independente, mas há crimes e a Igreja não pode estar acima da Lei. Hoje foi um dia triste. Muito triste."
Veja, agora, as imagens partilhadas por Liliana Campos, na galeria de fotografias que preparámos para si.