José Raposo considera ser "um privilégio" interpretar Rui Nabeiro na série "Senhor Rui", que será emitida, em breve, na TVI e que retrata a vida e a obra do fundador do grupo Delta. "É uma figura consensual. A grandiosidade deste homem e da respetiva história são retratadas de forma fiel nesta série. Foi feito um trabalho de pesquisa e a série já estava a ser escrita há alguns anos. Só tenho é pena é que não seja uma série de uns 20 episódios, porque dava para isso", começou por assinalar, em conversa com a imprensa, num dos dias de gravações.
Sobre a preparação para o papel, José Raposo garantiu que não irá imprimir um sotaque carregado: "Afinal, o Comendador era um homem muito viajado, muito habituado a lidar com pessoas de todas as partes do mundo."
O ator lamentou não ter chegado a privar com Rui Nabeiro, enaltecendo a bondade do Comendador: "Ele lidava com muita gente das artes e do espetáculo e muitos falam da generosidade dele, já que apoiava tantas causas nas mais diferentes áreas. Por exemplo, sou Presidente da Direção da Casa do Artista e sei das benesses que ele proporcionou àquela instituição: desde toldos para as esplanadas, mesas, cadeiras, máquinas de cafés... A Delta está bem presente na Casa do Artista."
Na série, José Raposo dá vida a Rui Nabeiro entre os 45 e os 90 anos. E, para o processo de envelhecimento, é necessária "uma horita de caracterização": "A caracterizadora Rita Sousa tem feito um trabalho fantástico. É uma grande profissional: não só pesquisou muito bem, como também trouxe material de sítios fora de Portugal, ou seja, as várias técnicas para nos envelhecer."
Para o ator, "é fantástico" contracenar com Carla Andrino, que interpreta Alice Nabeiro, mulher de Rui Nabeiro: "Aliás, o elenco é escolhido a dedo. E isso também faz com que tudo corra bem. E não é só o elenco: o texto, o guarda-roupa... O guarda-roupa é fantástico. Em todas as áreas, juntaram-se, de facto, bons profissionais."
Na opinião de José Raposo, a série irá refletir a imagem real de Rui Nabeiro: "Um humanista, um homem extraordinário, um visionário, um homem que, com a quarta classe e com a condição de homem de classe do povo, fez o que fez. É interessante ver a evolução de um homem humilde que consegue construir este império."
Estando, neste momento, a arrancar gargalhadas em cena com a peça "Trair e Coçar é só Começar", na qual dá vida à empregada Palmira, José Raposo encara, com um sorriso nos lábios, esta diferença entre personagens: "Isso é que é interessantíssimo e fascinante na nossa vida de atores. Somos atores, fazemos tudo: comédia, drama, tragédia... Um bom ator faz os vários registos. Não há grande filosofia."
Veja, agora, algumas das melhores imagens de José Raposo, nas galerias de fotografias que preparámos para si.