Numa conversa exclusiva com a SELFIE, Filipe Vargas fez uma viagem no tempo e recordou uma transformação radical por que passou há cerca de duas décadas.
"Mudei radicalmente de vida aos 30 e poucos - foi quando deixei a área da Publicidade e fui estudar Teatro para Madrid. A partir daí, acho que fiquei com menos obsessão por definir a vida a longo prazo. Gosto do sítio onde estou agora. Não sei muito bem como será o futuro, mas ninguém sabe", começou por referir.
De facto, o ator, de 51 anos, faz um balanço positivo do momento atual: "Acho que a nível de trabalho, nestes últimos anos, tenho tido a sorte de ter tido bons projetos, a nível de telenovela, cinema e teatro. E isso é algo que me realiza bastante. Gosto imenso de trabalhar. Isto é uma vocação. Estudei também, mas é uma coisa que me preenche de facto e, como é evidente, fico muito feliz por não só a opção tardia me estar a correr bem, mas por estar a fazer coisas de que gosto muito de fazer. Acho que é muito bom quando nós, atores, fazemos coisas das quais seríamos público. Se não tivesse entrado na 'Noite de Reis', iria vê-la, porque sou muito fã do trabalho do [encenador] Ricardo Neves-Neves. Se não estivesse a fazer a peça 'Um Homem Inofensivo' com o Renato Godinho, se fosse com outro ator qualquer, iria ver esta peça, porque gosto das peças do Teatro Aberto e gosto muito do [encenador] Álvaro Correia. E quando estamos a fazer uma coisa da qual nós próprios podíamos ser consumidores é muito bom. Sinto-me realizado."
E será que Filipe Vargas vê a vida com outros olhos, aos 51 anos? O ator dá uma resposta, sem hesitar: "Não. Acho que temos de olhar para a vida sempre da mesma maneira: perceber que a vida não pára. Ter muitas poucas certezas, estar sempre atento, aprender... Há sempre coisas novas a acontecer a nível de música, de pensamento, de política, de moda... A maneira mais gira de viver - e o elixir da juventude - é não desistirmos de sermos curiosos. E vivermos aventuras. E isso é algo que não muda, porque já tenho 51 anos. É uma inquietude que tenho desde miúdo e espero ter até ser muito velhinho."
Filipe Vargas ainda nos confessou que tem um sonho por concretizar. "Mas não quero partilhar, dá azar", avisou, entre risos.
Se pudesse voltar no tempo, o artista aconselharia o Filipe Vargas de há 20 anos a ser mais confiante: "É um conselho recorrente, quando se faz essa pergunta. Uma das coisas boas de crescer é que ganhamos autoconfiança e percebemos que, muitas vezes, houve coisas que não aproveitámos totalmente ou situações que não disfrutámos como podíamos, devido a imaturidade, falta de confiança e inseguranças que nem sequer são reais. Muitas vezes, somos nós próprios que colocamos os travões à nossa frente."
Recorde-se que, nesta entrevista, Filipe Vargas ainda falou sobre a peça de teatro de cujo elenco faz parte atualmente e também recordou Luís Aleluia.