Rua das Flores

Eduardo Madeira desabafa: "Alguém faça um desenho a explicar isto, por favor"

Através do Instagram, o humorista Eduardo Madeira deixou um desabafo ao qual os seguidores não ficaram indiferentes.

Foi na passada sexta-feira, dia 24, que o Supremo Tribunal dos Estados Unidos reverteu a decisão que dava às mulheres o direito ao aborto. De acordo com o site da CNN Portugal, esta decisão representa um retrocesso em relação a um caso judicial que tinha legalizado o aborto - em todo o país - há cerca de 50 anos.

Nas redes sociais, várias foram as figuras públicas que se mostraram indignadas com esta decisão. Foi o caso de Eduardo Madeira, que, no Instagram, enumerou as "conclusões sobre o retrocesso na Lei do Aborto, lá na América".

"A América, com todas as respetivas contradições, toda a violência, todo o racismo, é, ainda assim, um farol para o mundo ocidental. Um retrocesso destes é mais uma luz que se funde no farol. E, se o farol apaga por completo, há toda uma visão do mundo, da democracia e da liberdade que fica à deriva e à beira do naufrágio", começou por refletir o humorista, de 50 anos.

Eduardo Madeira defendeu, ainda, que "ser a favor da despenalização do aborto não é ser a favor do aborto": "É, apenas, deixar que quem tem de tomar essa difícil decisão o faça de maneira segura. E não num vão de escada. É uma questão de humanidade e saúde pública. Alguém faça um desenho a explicar isto, por favor. É fácil, mas há quem não atinja. Inclusive juízes do Supremo lá da América."

"A decisão tem de ser, em último caso, da mulher. E nunca é uma decisão fácil. Só é fácil se for um homem a decidir. Não lhe custa. Obviamente. A religião, ou as religiões em geral, não ajuda nada nisto, porque, historicamente, foram nesse sentido errado e, simplesmente, ainda não se adaptaram. Não nos podemos esquecer de que há 500 anos quem dissesse que a Terra andava à volta do Sol arranjava chatice da grossa", acrescentou.

O ator mostrou-se, ainda, preocupado com o contexto sociopolítico atual: "Por vezes, sinto, nos dias de hoje, que estou sentado num barril de pólvora a olhar para um monte de incendiários a brincarem com o fogo. Se o barril explode, morremos todos. Mas só eu pareço preocupado. Logo eu, que até tenho fama de maluco."

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