"A adolescência não existiu sempre?": Júlio Machado Vaz esclarece todas as dúvidas

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Na rubrica "Por Falar Nisso", powered by Multicare, o médico psiquiatra Júlio Machado Vaz ajuda a desmistificar algumas ideias preconcebidas acerca da adolescência.

  • 29 out 2019, 11:05

"Tal como a entendemos, a adolescência não existiu sempre", começa por explicar Júlio Machado Vaz, que esclarece que, "na Antiga Roma, a idade legal para o casamento era 14 anos para os rapazes e 12 anos para as raparigas. (..) Por volta dos 16 anos, passavam a ser cidadãos."

O médico recorda, ainda, que na nossa sociedade, há não muito tempo, crianças com 7 anos eram mandadas para longe de casa "para aprender uma arte". "Acham mesmo que esses rapazes tinham uma adolescência como a que temos hoje", questionou o especialista, antes de salientar que "passamos de uma era pré-industrial para uma industrial, em que os estudos se prolongaram e, em termos profissionais, foram precisos períodos mais longos de aprendizagem", elucidou.

Em 1904, o psiquiatra Granville Stanley Hall definiu a adolescência como "uma fase de grande perturbação e de inúmeros conflitos", mas Júlio Machado Vaz considera que "a maior parte da nossa população jovem atravessa a adolescência sem problemas de maior", pelo que frases como "conflito de gerações" ou "crise de adolescentes" são frases que considera exageradas.

O médico psiquiatra refere, também, que a adolescência é uma fase diferente da vida e que não devemos querer que os adolescentes "se transformem em fotocópias dos pais", mas que, hoje em dia, há algumas características próprias como o facto de "estes jovens continuam durante um maior intervalo a ser dependentes da família", ao mesmo temo que são muito dependentes do grupo de pares.

No final do primeiro episódio da rubrica "Por Falar Nisso", o especialista garante que as perguntas fundamentais continuam a ser as mesmas: "Quem sou?; De onde venho?; Para onde vou?" e reitera a opinião do pediatra Mário Cordeiro de que os pais são gestores dos filhos "e não donos deles!".

Já no segundo episódio da rubrica "Por Falar Nisso", Júlio Machado Vaz usa o exemplo pessoal para explicar o comportamento adolescente "para marcar a sua autonomia que podem marcar situações de conflito e, outras, que são mais subtis". "Eu e o meu filho mais velho somos do Benfica e o meu filho mais novo é do Porto. Com todo o respeito que tenho por ele, eu psiquiatra, acho que ele quis, acima de tudo, marcar distâncias", analisou o especialista.

Outro dos temas abordados pelo médico é o do uso da tecnologia, que é muito cara aos adolescentes. "Nem me passa pela cabeça tirar-lhes os seus amados telemóveis, computadores, etc. Mas há riscos e esses não podem ser negligenciados", alerta Júlio Machado Vaz, antes de mencionar a questão das dependências que se desenvolvem neste campo e que, "num mundo virtual em que se sentem omnipotentes, surgem fobias sociais".

Ou seja, conclui: "As velhas perguntas fundamentais, mantém-se, com colorações novas. O que é inevitável, porque a sociedade vai mudando. (...) Nós queremos que eles se distraiam na sua adolescência e não que a percam, por distração!.".

Assista, agora, aos episódios, na íntegra.

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