Nacional

"Eu só me passo porque ele me provoca e porta-se mal"

É um argumento que aprendemos a usar, mas que não é verdade. Os comportamentos dos nossos filhos que nos incomodam contam a história da nossa infância, aquilo que a nossa própria criança passou.

Psicóloga, mestre em Psicoterapia Cognitiva-Comportamental na área da infância e adolescência / OPP: 24317
  • 19 set 2023, 15:21

Uma criança "barulhenta" é um gatilho para quem teve uma infância em que nunca teve oportunidade de fazer barulho.

Uma criança que insiste após o "não" é um gatilho para quem teve uma infância em que tinha de acatar ordens sem questionar.

Uma criança que vive sem medo de perder o amor dos pais é um gatilho para quem teve uma infância em que vivia aterrorizado com essa hipótese e por isso tentava ao máximo agradar.
 

Uma criança que experimenta é um gatilho para quem teve uma infância em que se sentiu amarrado.

Uma criança que é criança é um gatilho para quem teve uma infância sem oportunidade de o ser. É aqui que esbarramos e que leva a que nos salte a tampa - a mágoa de tudo o que nos faltou.

Muito daquilo que não fizemos na interação com os nossos pais não foi por não querermos, foi por sabermos que não havia espaço.

A maneira como reagimos ao comportamento da criança conta a nossa história.

Estamos juntos.

Tânia Correia
Psicóloga, mestre em Psicoterapia Cognitiva-Comportamental na área da infância e adolescência / OPP: 24317

Relacionados

Patrocinados