Uma criança "barulhenta" é um gatilho para quem teve uma infância em que nunca teve oportunidade de fazer barulho.
Uma criança que insiste após o "não" é um gatilho para quem teve uma infância em que tinha de acatar ordens sem questionar.
Uma criança que vive sem medo de perder o amor dos pais é um gatilho para quem teve uma infância em que vivia aterrorizado com essa hipótese e por isso tentava ao máximo agradar.
Uma criança que experimenta é um gatilho para quem teve uma infância em que se sentiu amarrado.
Uma criança que é criança é um gatilho para quem teve uma infância sem oportunidade de o ser. É aqui que esbarramos e que leva a que nos salte a tampa - a mágoa de tudo o que nos faltou.
Muito daquilo que não fizemos na interação com os nossos pais não foi por não querermos, foi por sabermos que não havia espaço.
A maneira como reagimos ao comportamento da criança conta a nossa história.
Estamos juntos.