Numa entrevista intimista, António Camelier falou sobre a vida pessoal, recuando até à infância. O ator recordou o momento em que, com 10 anos, teve de ser levado para o hospital de urgência. António Camelier contou que, dois anos antes, tinha-lhe sido diagnosticada Síndrome de Tourette, uma perturbação neurológica crónica que se traduz na presença de tiques. "Foi galopando", afirmou, explicando que, embora tivesse consciência dos tiques, não tinha controlo sobre estes
Esta síndrome provocava-lhe angústia: "Não só a mim, mas, essencialmente, à minha mãe. Ela era a pessoa que mais sofria com isto. Levou-me a psicólogos, psiquiatras, neurologistas, pai de santo, bruxas... Foram tempos muito difíceis, para mim."
Na altura, António Camelier jogava futebol e, num dia em que estava mais nervoso, o médico aconselhou a mãe a aumentar a dose do calmante. "Dormi bem e, no outro dia, não fui jogar. Depois do almoço, comecei a ficar com o corpo rijo, até que fiquei completamente paralisado. Fui para o hospital, ao colo do meu pai, e tive de ficar 24 horas em observação, pois tinha a tensão a 20."
Conforme contou na entrevista concedida a Daniel Oliveira, António Camelier quis mudar, a partir desse episódio. "Disse à minha mãe que nunca mais tomava um único comprimido. Fui tendo, cada vez mais, autocontrolo e, hoje em dia, tenho Transtorno Obsessivo-Compulsivo [TOC]. Quando me sento, faço-o três ou quatro vezes, tenho obsessão por números pares, deito-me sempre duas vezes ou desligo as luzes sempre duas ou três vezes", exemplificou.
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