Paralelamente a "Morangos com Açúcar", tem outro projeto em mãos.
Tenho uma produtora de cinema, a CENTAUREA FILMS. No primeiro projeto da produtora, fiz produção executiva, realizei e fui um dos atores do projeto. Sairá, em breve, em festivais de cinema.
Porquê abrir a própria produtora?
Porque tinha muito a necessidade de criar projectos, de contar histórias e de contar as histórias que quero contar. Este amor começou há dois anos, quando acabou a escola e surgiu, com amigos, numa mesa de café, uma ideia para um projeto, "DOLO". Seis meses depois, percebemos que teria de ser aberta uma produtora para se conseguirem apoios, como os de câmaras municipais. E foi aí que consegui abrir a minha produtora e que consegui obter todo o financiamento para o projeto. Foi uma grande batalha!
Está sozinho na produtora?
Estou, sim. Tenho uma equipa a ajudar-me, mas sou o único diretor.
Isto é quase como contrariar a ideia de um ator não estar à espera que um projeto venha até ele, criando as suas próprias oportunidades?
A paixão pelo cinema veio na Escola Profissional de Teatro de Cascais. Havia trabalhos de Psicologia que, quando veio a Covid-19, se transformaram em curtas-metragens. Quando comecei a realizar estas curtas para as aulas de Psicologia, comecei a empenhar-me demasiado, mais do que todos os outros colegas, e a paixão surgiu. Percebi que é isto que quero fazer. E, quando terminei a escola, tive uma necessidade gigante de poder contar as minhas histórias.
Pode levantar a ponta do véu sobre a história de "DOLO"?
Quatro amigos decidem dar uma festa universitária. Uma das amigas decide convidar outra amiga, que conheceu no Algarve. Ela vem para Lisboa e decide ir a esta festa, onde acaba por acontecer um abuso sexual. A diferença nesta história é que ela não se desenvolve a partir do agressor, nem a partir da vítima, mas, sim, a partir de toda a gente, especialmente das pessoas que estão à volta, sejam os amigos do abusador, sejam os amigos da vítima. Temos uma parceria com a Polícia Judiciária e com a APAV [Associação Portuguesa de Apoio à Vítima]. Foi financiado quase por inteiro pela Câmara Municipal de Cascais e por outras entidades, também de Cascais.
Além do Gonçalo, quem compõe o elenco?
Carolina Faria, Flávia Gusmão, Inês Faria, Maria Gomes Andrade e Miguel Amorim.
E o projeto não se encerra aqui.
Acho que este projeto ainda vai dar muito que falar, porque o objetivo é que ele seja uma série de televisão. Ou seja, vai servir para ir a festivais de cinema, mas o principal objetivo é vendê-lo como um episódio piloto.
E depois de "DOLO"?
Já temos orçamento para o segundo projeto, que será filmado até ao final deste ano. É um argumento meu, revisto por uma amiga minha. Chama-se: "O QUE AS ONDAS TRAZEM".
Qual é o grande amor: representação, realização ou produção?
Diria que os três. Hoje, diria que sou um storyteller, um contador de histórias, seja à frente ou atrás câmaras. Ou a fazer as duas coisas! É aquilo que quero fazer para o resto da vida e esforcei-me para isso. Eu comecei a produtora sem dinheiro algum. Trabalhei para ir buscá-lo.
Veja, agora, na galeria que preparámos para si, os cartazes de "DOLO".
O TVI Player disponibiliza todas as temporadas de "Morangos com Açúcar" aqui.