Marta Temido concedeu uma entrevista rara e franca ao programa "Goucha". Numa espécie de balanço da vida política, a militante socialista começou por defender que a política não deve ser "um exercício etéreo que deva ser deixado aos outros, uma discussão que deva ser deixada a uma elite. Temos de nos apropriar".
"Claro que me arrependo, há coisas que faria de forma diferente", confessou, ainda, acrescentando: "A minha pouquissima experiência como deputada que antes não valorizava. A dialética que se gera na Assembleia da República é importante, a capacidade de ouvir e contra-argumentar, de trocar argumentos é muito importante e, hoje, é mais claro a necessidade de manter essa argumentação."
Marta Temido confidenciou, também, que, possivelmente, não se teria inscrito no Partido Socialista se não tivesse tido uma experiência na governação: "Talvez não. Sou daqueles portugueses, militantes do Partido Socialista que se reveem muito no percurso recente do PS, naquilo que foi feito no governo recente."
A antiga ministra da Saúde ainda avaliou a situação atual do Serviço Nacional de Saúde. Ao abordar os maiores defeitos do SNS, como a falta de verbas ou de profissionais, Marta Temido refletiu que "um bocadinho de tudo" contribui para um Serviço Nacional de Saúde problemático. "Mas, se abrirmos um jornal espanhol, francês, vimos, em todos, os mesmos problemas, temos de nos perguntar o que faz com que todos tenham os mesmos problemas. Há aqui alguns aspetos que levam a isso e um deles é a crescente exigência da população. Por outro lado, as circunstâncias de serviços que viveram anos de grande austeridade, em que foram muito reduzidos em determinados momentos, por razões históricas e aos quais não poderiam escapar, e agora têm dificuldade em lidar com as maiores exigências."
Veja, agora, na íntegra, a entrevista de Marta Temido concedida ao programa "Goucha".