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Em testemunho raro, Maria Emília Correia fala sobre o pai: "Nunca me pôde agarrar, porque não tinha pernas, nem braços"

A atriz Maria Emília Correia recordou alguns dos momentos mais marcantes do seu percurso pessoal, inclusive a relação com o pai.

Maria Emília Correia
Maria Emília Correia

Numa entrevista intimista, Maria Emília Correia, de 74 anos, recordou o problema de saúde grave que o pai teve de enfrentar, desde a juventude: "O meu pai teve, aos 20 e poucos anos, a doença de Buerger, que era uma doença muitíssimo grave. O sangue não passava, os dedos mudavam de cor e tiveram de ser amputados. Primeiro, um pé, depois, os dois pés, depois, as pernas e, depois, os braços."

"Ele nunca teve a possibilidade de me agarrar, porque, quando nasci, ele já não tinha pernas, nem braços… Mas isto não era uma tragédia: podia não ter pernas nem braços, mas tinha asas e voava muito, era um artista", garantiu a atriz.

Maria Emília Correia contou, ainda, como foi perder o pai, quando tinha, apenas, seis anos de idade: "É um luto, mas um luto muito especial, porque é-se muito criança, é feito com muitos palácios e muitas fadas na cabeça. Não me apercebi da gravidade do que me estava a acontecer."

"Vi o meu pai falecer, retiraram-me imediatamente de lá, fui para casa de uns parentes afastados e lembro-me de voltar com uma bata branca com bolinhas pretas com que andei sempre na escola, onde me chamavam de órfã. Isso, sim, foi complicado", acrescentou.

Nesta conversa com Daniel Oliveira, Maria Emília Correia recordou, ainda, que foi o pai quem a inscreveu num grupo de coral e de teatro, porque a atriz, quando era mais jovem, era "tímida". 

 

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