Foi em 2013 que Isaltino Morais foi preso, condenado a dois anos de prisão por fraude fiscal e branqueamento de capitais. O atual autarca de Oeiras esteve preso durante pouco mais de um ano, tendo saído em junho de 2014, para cumprir o resto da pena em liberdade condicional.
Após uns anos, em 2017, voltou a ser eleito presidente da Câmara Municipal de Oeiras, através de um movimento independente, cargo que ocupa até hoje, estando no segundo mandato consecutivo - o nono, no total.
Numa entrevista concedida a Maria Cerqueira Gomes, para o programa "Conta-me", Isaltino Morais explicou por que motivo decidiu recandidatar-se. "Depois de passar por vicissitudes únicas, sentir a amizade, a confiança e a esperança das pessoas... É por isso que voltei a este cargo", começou por referir.
"Quando saí [da prisão], estava muito fragilizado. A prisão é uma coisa horrível, indescritível. E tanto pode haver um maior endurecimento, como uma melhor forma de compreender as pessoas mais frágeis e que têm mais dificuldades", acrescentou.
O político, de 73 anos, defendeu, ainda, que a prisão é "o lado mais negro do Estado": "As prisões são depósitos, são armazéns. Não é só o Estado o responsável, é a sociedade, em geral. Não há uma pedagogia junto da sociedade para que o objetivo seja a regeneração, quer as pessoas tenham sido presas justamente, quer tenham sido presas injustamente. O sistema acredita que ninguém é recuperável."
"O melhor da prisão são os presos. Dividi a minha cela com mais quatro pessoas. Ainda me lembro de todos, até porque muitos saem e vêm falar comigo. A prisão é uma comunidade que se organiza e onde as pessoas socializam, conversam, há entreajuda.. Há valores dentro de uma prisão, como amizade, solidariedade...", assegurou, também.
Veja, agora, na íntegra, a entrevista concedida por Isaltino Morais ao programa "Conta-me".