Entrevistas

"Big Brother". Pedro Crispim lamenta falta de "genuinidade" dos concorrentes: "Papel muito ensaiado"

Falta pouco mais de um mês para terminar o "Big Brother 2023", da TVI. Em conversa com a SELFIE, Pedro Crispim fez um balanço desta edição do reality show.

Pedro Crispim fez, em declarações exclusivas à SELFIE, um balanço da atual edição do "Big Brother", da TVI, que caminha a passos largos para a grande final, agendada para a última noite do ano.

"O jogo muda a cada dia. A cada hora, até. E, como já referi, não tenho umas palas nos olhos. Por isso, como o jogo muda, as opiniões também vão mudando e as minhas críticas ou opiniões têm que ver com o jogo e com mais nada. Agora, neste 'Big Brother', acho que toda a gente sente a necessidade de se explicar muito, sinto que os comentadores todos têm que se explicar muito. A sociedade exige isso, pede explicações. Os concorrentes também acabam por estar mais condicionados", começou por nos dizer.

"E eu evito que isso aconteça na minha vida. Quando voltei ao papel de comentador, foi algo que pus na minha cabeça, que não iria permitir que nada me condicionasse. Mas eu também me meto a jeito, a partir do momento em que uso uma rede social como a X [antigo Twitter], que é uma rede muito intensa e, muitas das vezes, até tóxica. É impossível separar o trabalho televisivo das redes sociais. Acaba por estar meio diluído. Para mim, continua a ser uma ferramenta de trabalho, acima de tudo, e, no dia em que me cansar, acabo com aquilo", garantiu.

"Sinto que este 'BB' trouxe uma maior intensidade, maior do que a do último que comentei. Porém, sinto, também, que este 'BB' teve um casting de concorrentes muito imaturos, emocionalmente falando. São todos muito frágeis. Muitas das vezes, estou a olhar e tento colocá-los no mesmo patamar de avaliação e não pensar muito nas idades, mas reparo que a forma como estão no jogo é uma forma muito pouco divertida, tenham a idade que tiverem. Levam o papel muito ensaiado e tira a genuinidade. É isso que sinto, que não são genuínos a 100%. São-no, quando se esquecem que estão a ser gravados. Até porque eles estão num ponto em que já se esqueceram das suas vidas cá de fora. A narrativa deles é aquilo, já ninguém fala dos projetos ou da família. Resumem-se e reduzem-se àquilo, o que é natural", afiançou Pedro Crispim.

"Acho que eles se esquecem que se podem divertir, que podem ser amigos, que podem entreter-nos. Sinto falta desse lado divertido neste reality. É muito intenso, sem dúvida, e sei que eles sabem que é a arranjar discussões que vão dar nas vistas, ser falados, que vão ser mais chamados ao confessionário e nas galas. Porque eles não param de falar no jogo, nas votações, nas saídas, nas entradas. Estes concorrentes vão com o jogo muito pensado, até têm noção das horas em que dá o 'Extra', o 'Diário', o 'Última Hora'", considerou, ainda, o comentador do formato.

"Vamos lá a ver: eles têm momentos genuínos, bonitos, onde se nota, até, e partilham a suas fragilidades. Temos de ser gratos, nós e o público, dos momentos em que eles se esquecem que estão lá câmaras e são eles, simplesmente. É aí que acontece a magia. Acho que a televisão acontece quando as pessoas se esquecem que estão a fazer televisão. Mas, quando isso não acontece, fica tudo muito robotizado, parece, até, que há um teleponto, com as frases feitas", revelou o stylist.

Em jeito de remate, Pedro Crispim tem duas visões em relação ao pódio deste "Big Brother". "O que gostaria que acontecesse? Hugo em primeiro, André em segundo e Márcia em terceiro. O que acho que vai acontecer? Hugo em primeiro, Márcia em segundo e Francisco Monteiro em terceiro", disse.

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