O encenador Carlos Avilez morreu no passado dia 22, aos 84 anos, vítima de paragem cardio-respiratória, no Hospital de Cascais.
José Condessa encontra-se inconsolável devido à perda daquele que sempre viu como grande mentor.
"Carlos, meu mestre. Tenho-me sentido vazio. Há, nestes dias, em mim um lugar oco, como se me tivessem roubado algo que queria guardar com muita força e não fui capaz. Fui para o nosso teatro. Procurei-o em todos os lugares e não o encontrava. Sentei-me, na primeira fila, na minha cadeira ao lado da sua, na esperança de ainda ouvir a sua voz, mas não apareceu", começou por escrever o jovem ator, no longo texto dedicado a Carlos Avilez, que partilhou no Instagram.
"Procurei-o no seu escritório, pensando que, ao entrar, o fosse encontrar com os óculos na ponta do nariz e de volta de uma peça que, em breve, subiria a cena, mas a caneta estava pousada (como sempre estava) e o seu candeeiro apagado. Dormi no teatro, porque sempre me ensinou que o mais mágico acontece à noite. E acreditei que, talvez por uma vez, por um segundo que fosse, o pudesse ter ali de novo, a passar pelos corredores de mãos cruzadas atrás das costas, deixando, atrás de si, um rasto de um cheiro inconfundível para, depois, com um sorriso, atravessar o palco e soltar o seu 'vamos começar?'. Não aconteceu. Estes dias foram assim. Perdido, deambulando entre as paredes do seu teatro, da sua casa, a reviver momentos que misturavam a dor e a alegria, numa dose certa para me fazer questionar se sonhava", continuou.
Veja, agora, o resto da publicação de José Condessa.