Paulo Rocha, comandante dos Bombeiros do Estoril, quebrou o silêncio sobre o que aconteceu no dia em que Betty Grafstein foi hospitalizada.
"No dia 20, cerca das 18:05 horas, fomos acionados pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes, para efetuar uma saída de emergência para o Hotel Inglaterra para uma queda. Ao chegar ao local, os meus socorristas verificaram que se tratava de uma queda de uma pessoa do sexo feminino e foi-nos solicitado que fizéssemos o transporte para o hospital da CUF. Informámos que aquele tipo de ambulância não pode efetuar esse tipo de transporte. Em situação de urgência, acionados pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes, o hospital para onde é efetuado o transporte é sempre o hospital de referência", explicou Paulo Rocha, em declarações à CMTV.
José Castelo Branco prescindiu do auxílio dos bombeiros, alegou o comandante: "O indivíduo em questão informou-nos, então, que não queria efetuar o transporte, que recusava o transporte. Nesse momento, a ambulância informou o Centro de Orientação de Doentes Urgentes que havia a recusa da vítima e regressou ao quartel."
Assim, segundo Paulo Rocha, José Castelo Branco "fez o transporte por meios próprios" até ao Hospital CUF Cascais, onde Betty Grafstein permanece internada.
Presente, esta quarta-feira, dia 8, a primeiro interrogatório judicial, José Castelo Branco saiu do Tribunal de Sintra em liberdade. Ainda assim, o juiz de instrução criminal aplicou-lhe as seguintes medidas de coação: "proibição de contactos por qualquer meio com a vítima", "proibição de permanecer, no estabelecimento hospitalar em que a mesma se encontre" e "proibição de permanecer na residência que a vítima vier a ocupar quando tiver alta hospitalar ou de dela se aproximar, a menos de um quilómetro, com recurso a meios técnicos de controlo à distância".
Hospitalizada desde 20 de abril, Betty Grafstein relatou a vários profissionais de saúde os maus tratos de que terá sido alvo por parte de José Castelo Branco. Por se tratar de um crime público, a unidade de saúde denunciou o marchand d'art ao Ministério Público.
José Castelo Branco permanece como suspeito de violência doméstica. A investigação prossegue.