No Instagram, Joana Amaral Dias tem o hábito de partilhar reflexões sobre a atualidade política e social. Desta vez, a psicóloga, de 48 anos, deixou um desabafo mais pessoal, sobre a linguagem adotada pelos próprios filhos e, no geral, por uma geração mais jovem.
"'Posso pão? Posso televisão? Posso casaco?' Reparei que os meus filhos, cada vez mais, não estavam a colocar a ação. Estranhei, falei, corrigi. Depois, em conversa com outros pais, percebi que 'posso água' virou epidemia. O verbo caiu, sumiu, eclipsou-se, apagou-se, fugiu. O verbo! No princípio, era o Verbo... a Criação. Agora, parece mais a Extinção", começou por lamentar Joana Amaral Dias.
A comentadora teceu uma crítica às novas tecnologias: "É o linguajar de gerações viciadas nas tecnologias, cheios de patologias na coluna vertebral, menor acuidade visual, atrasos no desenvolvimento da linguagem, da perceção do espaço, com regressão em várias competências cognitivas e sociais. Não brincam, não correm, não saltam. Não regulam as emoções, não adiam recompensas, não toleram a frustração. Não se conectam com o Outro. Ligam-se às máquinas. Pressionam um botão e arrastam o que não gostam para o lado."
"É isto que os telemóveis lhes 'ensinam'. É mais treinam. Ou condicionam. Claro que, nesse diâmetro, não há oportunidade para a ação. Há inércia, passividade, letargia. É a criança reduzida a espetadora, a infância reduzida ao consumo. Desapossada de vontade própria, telecomandada pelo vício, escrava do ópio. Posso sofá?", completou.
Recorde-se que Joana Amaral Dias, casada com Pedro Pinto, é mãe de Luz e Dinis, de sete e seis anos, respetivamente. A psicóloga é, ainda, mãe de Vicente, de 28 anos, fruto de uma relação anterior.
Veja, agora, algumas das melhores imagens de Joana Amaral Dias, nas galerias de fotografias que preparámos para si.