Ao anunciar, no Instagram, a estreia do monólogo "Desconfortável", no Teatro Amélia Rey Colaço, em Algés, no próximo dia 5 de outubro, Diana Nicolau aproveitou para deixar um desabafo sobre os apoios para o setor da Cultura, em Portugal.
"Foi no início deste ano que mais de 800 artistas submeteram a respetiva candidatura para os apoios a projetos na área da Criação da DGArtes. Após seis meses ansiosamente à espera dos resultados sem data anunciada, com projetos já com ensaios a decorrer - como é o meu caso -, os resultados foram desastrosos. Os apoios apenas foram entregues a menos de 25% dos 833 projetos apresentados, deixando mais de 600 artistas, companhias e projetos de fora", começou por lamentar.
"É uma notícia muito desanimadora, no panorama atual em que parece haver dinheiro para tanta coisa, mas o setor da cultura continua a parecer irrelevante aos olhos do Orçamento de Estado, que lhe aloca somente 0,43%. O crescente número de artistas portugueses está à mercê destes apoios, que, infelizmente, não são suficientes. As instituições públicas responsáveis não têm forma de dar resposta às necessidades de que o setor da Cultura, precário já por si, carece", garantiu, ainda.
De seguida, a atriz, de 36 anos, frisou que, assim, muitos artistas são "obrigados a desistirem dos respetivos projetos ou a recorrerem a apoios privados".
"Enquanto as omeletes sem ovos continuarem a ser feitas, talvez o trabalho dos artistas e a importância de serem apoiados pelas instituições públicas nunca sejam reconhecidos como prioritários, porque mais ou menos cremosas, haverá sempre omeletes. (In)felizmente, esta nossa raça de artistas não desiste facilmente e desencanta ovos onde não existem. Ainda não sei onde vou desencantar os meus, mas esta omelete vai sair", assinalou, referindo-se ao monólogo.
"Não era desta forma nem já que o queria anunciar, mas não consegui ficar indiferente aos resultados publicados esta semana", concluiu.
Veja, agora, algumas das melhores imagens de Diana Nicolau, nas galerias de fotografias que preparámos para si.