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Alberto Miranda lança novo livro sobre realeza: "É um hino ao amor"

O especialista em realeza Alberto Miranda escreveu mais um livro. Este conta as histórias de nove plebeias e um plebeu das atuais monarquias europeias.

Alberto Miranda
Alberto Miranda

"De Plebeias a Princesas e Rainhas". Assim se chama o terceiro livro de Alberto Miranda, que chegou às livrarias de todo o País na passada terça-feira, dia 23. A SELFIE esteve à conversa com o especialista em realeza sobre este novo projeto.

Fale-nos um pouco sobre este livro.
Este livro é, antes de tudo, um hino ao amor. São histórias de amor e de superação de muitos obstáculos por parte de nove plebeias e um plebeu das atuais monarquias europeias. Quis contar como simples cidadãos passaram a pertencer ao exclusivo universo do gotha (isto é, das monarquias) graças ao Cupido. É um livro que aborda os contextos familiares prévios e os encontros inesperados que acabaram por mudar as suas vidas. É um livro que gravita entre a esfera pública e a vida privada e que explora os contos de fadas de Sónia da Noruega, Sílvia da Suécia, Maria Teresa do Luxemburgo, Máxima da Holanda, Letizia de Espanha, Charlene do Mónaco, Mette-Marit da Noruega, Mary da Dinamarca, Kate de Gales e Daniel da Suécia.

De todas as histórias de amor que conta, qual é a mais fascinante?
Têm todas aspetos curiosos. Acho que o casal soberano do Luxemburgo tem uma história de amor feita de muita cumplicidade e as declarações que fizeram, completamente inéditas quando celebraram 40 anos de casamento, provam isso mesmo. Eles até admitiram dificuldades, o que é raro, porque a realeza é avessa a falar da vida privada. Também gosto da história do personal trainer que se tornou príncipe e da de Kate e William, porque acho que gostam mesmo um do outro.

Tem mais algum livro em mente?
Escrevi três livros em três anos, mas tenho muitas mais ideias, sim. A temática da realeza está muito pouco explorada no meio editorial português e eu acho que há muitas outras histórias que merecem ser contadas, porque, em Portugal, há público que gosta destes temas. Eu vejo isso através do meu perfil de Instagram, @diario.da.realeza, que é o único sobre este universo, em Portugal.

O prefácio deste livro é do Manuel Luís Goucha. Costumam falar sobre estes temas de realeza?
Eu sei que o Manuel Luís gosta imenso de realeza e o facto de ter aceitado escrever o prefácio do meu terceiro livro foi uma grande honra para mim.

As monarquias europeias têm futuro ou têm tendência a desaparecer?
De facto, já houve mais países monárquicos do que atualmente. Na Europa, temos dez monarquias hereditárias e duas eletivas (o Vaticano e Andorra, o que significa que o há uma eleição para a soberania de Estado). Depois, temos sete reinos: a Bélgica, a Dinamarca, a Espanha, os Países Baixos, a Suécia, a Noruega e o Reino Unido; dois principados: o Mónaco e o Liechtenstein e um grão-ducado: o Luxemburgo. Estas dez monarquias são hereditárias e estão muito arreigadas nos seus países, sendo a Espanha o caso no qual se vê mais contestação à monarquia. Mas o que faz com que estes países, todos democráticos, onde o rei não governa, aceitem a figura de um chefe de Estado sem eleição por voto popular? Parece um contrassenso este anacronismo, mas estes países aceitam a realeza. Ainda agora se viram milhares de pessoas nas ruas a aclamar o novo rei da Dinamarca e vimos como em Inglaterra o povo se unia em volta da rainha Isabel, de Kate e William e até de Carlos. E porquê? Porque há aqui um forte vínculo, uma grande ligação a estas pessoas que são vistas como elementos de união. É o carisma que deles emana, a sua aura e o seu trabalho que os tornam sedutores. A realeza na Europa tem futuro, porque há identificação que ultrapassa fronteiras e isso explica o fenómeno de Diana e de Kate. Associa-se a vida faustosa às cortes, mas regra geral o custo da monarquia é irrisório para os contribuintes. No Reino Unido, dados recentes dizem que o custo anual e por contribuinte é de 1,50 euros. O próprio Harry disse que a monarquia custa uma cerveja por ano a cada britânico. E convém não esquecer que a monarquia também traz muitos dividendos para os cofres dos Estados. Veja-se o caso inglês.

Qual a sua opinião sobre as recentes polémicas, nomeadamente as que envolvem a rainha Letizia de Espanha, a rainha Margarida da Dinamarca e as cirurgias de Kate e do rei Carlos III?
Acho que todas as polémicas que envolvem as figuras da realeza acabam por ser notícia, precisamente, porque as famílias reais têm de dar o exemplo. A monarquia existe para servir o país. Muitas vezes, é a imprensa internacional que explora casos até à exaustão sem fundamento. Outras, quando há factos provados que envolvem reis ou príncipes não se pode esconder a realidade. A "fuga" de Juan Carlos para Abu Dhabi é notícia, sim, a publicação do livro de memórias de Harry também. Já as recentes notícias de Letizia são prejudiciais para a imagem da monarquia espanhola. Tenho pena que a rainha Margarida II tenha abdicado, porque, sendo a única soberana mulher do Mundo, gostaria de a ter visto reinar até ao fim. As cirurgias da princesa de Gales e do rei Carlos III acabam por ser alarmantes, porque nos mostram a fragilidade da vida e mesmo sendo ele majestade e ela alteza são também comuns mortais. No entanto, a monarquia é isso mesmo: ela estará cá depois deles.

 

 

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