Estávamos em 2013 quando Adelaide Ferreira viveu um dos maiores sustos da respetiva vida, ao tomar conhecimento de que a filha Luana, na altura menor, tinha interrompido a gravidez numa viagem ao Brasil, prática ilegal naquele país, levando a cantora a ser indiciada pelo crime de aborto.
Agora, em entrevista a Júlia Pinheiro, Adelaide Ferreira apelidou este episódio de "pequeno percalço", causado por "uma adolescência um bocado conturbada" da filha. "Eu desconhecia", garantiu a artista, lembrando o momento em que, em Portugal, descobriu tudo: "Um dia, em janeiro, recebi um telefone às quatro ou cinco da manhã de cá. (…) Acho que nunca emagreci tão rápido. Agarrei em mim estoicamente e, com a ajuda de um amigo meu, fui ao Brasil resolver as coisas e trazer a minha menina."
Na altura, o assunto foi debatido em sociedade, com vários portugueses a julgarem a atitude da cantora. "Quem é a mãe que não ajuda um filho quando ele precisa?", questionou a visada, esta quinta-feira, dia 23, no programa da SIC "Júlia".
Essas críticas espoletaram o afastamento de Adelaide Ferreira da vida pública. "Magoou-me. Magoou-me porem em causa a minha dignidade, a minha capacidade enquanto ser humano de amar. É certo que não somos perfeitos, mas, quando temos filhos um bocadinho nada mais problemáticos do que outros, temos de ter capacidade de contornar", argumentou, prosseguindo: "Ficou mágoa? Ficou. Com o público português, com o povo português. Fiquei magoada, sim. Fiquei magoada e entendi que devia retirar-me."
"Naquela altura, fui-me abaixo e deixei de querer alguma coisa com o público. Porque eu existia por amor. Eu existia porque, cada vez que eu estava a fazer uma coisa, eu estava a dar amor e a dar de mim. Eu senti-me traída", afirmou Adelaide Ferreira.
Veja, agora, os vídeos da entrevista concedida recentemente pela cantora a Manuel Luís Goucha.