A Jornada Mundial da Juventude, que neste ano decorre em Portugal, começa já no próximo dia 1, com a missa de abertura, presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, às 19:00 horas, no Parque Eduardo VII, que durante a Jornada vai chamar-se Colina do Encontro.
Falta, por isso, pouco tempo para o início do evento e uma das perguntas que mais se tem colocado está relacionada com os locais em que as pessoas poderão ver o Papa Francisco. Pois bem, a SELFIE responde-lhe a essa questão.
Dos vários acontecimentos que vão contar com a presença do Santo Padre, uma vez que alguns serão mais institucionais ou apenas para convidados, cinco serão abertos a todas as pessoas, de forma totalmente gratuita. Tome nota.
- No dia 3, quinta-feira, às 17:45 horas, acontecerá, na Colina do Encontro, o primeiro momento de encontro entre os jovens e o Papa Francisco. Trata-se da cerimónia de acolhimento, que será um evento com um caráter festivo e de encontro, mantendo a dimensão de oração;
- No dia 4, sexta-feira, às 18:00 horas, o chefe da Igreja Católica vai marcar presença na Via-Sacra, que decorrerá na Colina do Encontro;
- No dia 5, sábado, em Fátima, Francisco presidirá, na Capelinha das Aparições, às 9:00 horas, à oração do terço e dirigirá umas palavras aos peregrinos presentes;
- Também no dia 5, mas à noite, pelas 20:45 horas, o Sumo Pontífice estará de volta a Lisboa, onde vai marcar presença na Vigília, que acontecerá no Parque Tejo (onde se encontra o palco-altar), no Parque das Nações, que durante o evento se chamará Campo da Graça;
- Por fim, no dia 6, domingo, surgirá o ponto alto da Jornada Mundial da Juventude. O Papa Francisco vai presidir, às 9:00 horas, à Missa de Envio, ou seja, a missa de encerramento, no Campo da Graça. Posto isto, o chefe da Igreja Católica regressará a Roma, em Itália.
Aproveitando a ocasião, a SELFIE esteve à conversa com o Padre André Filipe Beato, de 30 anos, que integra a diocese de Portalegre-Castelo Branco e que é estudante de Liturgia em Roma, no Pontificio Instituto Liturgico, sobre a Jornada Mundial da Juventude.
Quais as expectativas da comunidade católica em relação à JMJ?
Acreditamos que este seja um encontro de grande partilha e que nos leve a viver aquilo em que acreditamos, ou seja, na ressurreição de Jesus Cristo. Virão pessoas de todo o mundo, de várias línguas, culturas... Todos diferentes, mas todos iguais. Pretendemos que, neste encontro, saiam daqui jovens comprometidos para continuar esta missão. Que seja um encontro de paz e alegria e que aqueles que olham para nós com alguma desconfiança e que questionam o porquê possam ver jovens alegres. Creio que o facto de isto acontecer em Portugal pode ajudar a Igreja portuguesa neste momento mais difícil. Que seja um evento de rejuvenescimento da Igreja em Portugal.
De que forma vai participar na JMJ?
Vou participar como peregrino e padre. Embora não esteja em todos os momentos, vou participar nos três centrais. É importante destacar que a Jornada Mundial da Juventude, além dos eventos religiosos, é constituída por muitas coisas. Estamos a falar de mais de 500 eventos espalhados pela cidade de Lisboa, de música, teatro, dança, exposições, partilhas... E até futebol. Vai haver um torneio [risos].
Tal como está a acontecer nas outras dioceses do País, a de Portalegre-Castelo Branco já começou a receber peregrinos?
Sim! Foi em 2019 que isto começou a ser organizado, pelo patriarcado de Lisboa. Desde então, cada diocese e, consequentemente, cada paróquia começaram a formar grupos. A nossa recebeu cerca de 1500 peregrinos, de países como Senegal, Gabão, Congo, França, Etiópia, Austrália, Honduras, Índia, Ilhas Maurícias e Itália.
Tem ideia de quantos padres vão participar na JMJ?
Cerca de 10 mil padres e 800 bispos.
Gostaria de estar com o Papa Francisco?
Já tive a oportunidade de estar com o Santo Padre em Roma, onde me encontro a tirar o mestrado em Liturgia. E, em outubro, vou estar novamente, numa audiência privada que o Papa Francisco vai ter com os padres portugueses do Colégio Pontifico Português, em Roma. Na JMJ, irei, certamente, vê-lo, mas sei que vai ser difícil estar perto dele.
Enquanto jovem que é, como vê o futuro da igreja, principalmente em Portugal?
O futuro a Deus pertence [sorri]! Acredito que estamos nas Suas mãos. Deus "quer precisar de nós" para continuar a Sua obra de salvação no mundo e, por isso, pede-nos um "sim" generoso, seja qual for a nossa vocação. Cabe a cada um de nós, aos jovens de hoje, padres ou casais jovens, encetar caminhos novos de esperança e alegria e comprometidos na construção de um mundo novo, mais fraterno e, nesse sentido, também da própria Igreja. Vejo algumas dificuldades, mas acredito que a Igreja será aquilo que hoje soubermos construir uns com os outros. E, neste sentido, vejo esperança!