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Catarina Camacho de luto pela morte do pai: "Morreu sem mim"

Catarina Camacho recorreu às redes sociais para partilhar um longo desabafo emotivo sobre a morte do pai.

"Ele tinha medo de morrer. Eu não lhe dizia, mas o meu maior medo era que ele morresse. Lembro-me de ser pequena, de acordar a meio da noite, sempre com a mesma preocupação. Estaria a dormir? Ia, silenciosamente, até ao quarto dele e assegurava-me que respirava. Depois, acabava por adormecer de cabeça encostada ao peito, embalada pelo ritmo daquele coração atlético (na altura)", começou por lembrar.

"Sou filha única. Fui claramente a menina do papá. Serei sempre. Com o passar do tempo, a inocência própria das crianças vai-se perdendo e a vida deixa de se apresentar 'tão mágica'. Verdade? Sempre tivemos muitas discussões, daquelas feias onde se escolhem palavras más e erradas. 'Lá estão vocês, com esses feitios de leões orgulhosos',  dizia a minha mãe. E, depois, com o mesmo coração de leão, desmanchávamo-nos em sorrisos e, de abraço apertado, fazíamos as pazes. 'Tréguas até à próxima briga', rematávamos, em tom de brincadeira", continuou.

"Uma coisa é certa, ainda que por caminhos tortos, nunca deixámos nada por dizer. E o nosso coração ficava limpo e sereno. Se nesta vida nós escolhemos os nossos pais…então a minha missão com ele foi claramente ser mais mãe do que filha (dizia ele e sentia eu)", disse.

"Ele tinha tanto medo de morrer. Eu tinha tanto medo que ele morresse e não lhe dizia. Dá-me a mão. E assim ficávamos até o medo passar.
Ele tinha medo de morrer… e morreu. Morreu sem mim, sem mãos dadas a ninguém, sem aviso. Foi-se. Num só sopro. O meu pai morreu. Morreu o meu pai. Pai tu morreste mesmo? (Tenho que repetir isto muitas muitas vezes porque…dias depois ainda me custa a acreditar)", lamentou.

No fim, a jornalista fez questão de deixar um conselho aos internautas: "Se ainda tens os teus por perto, não percas tempo. Perdoa de verdade, abraça com alma, diz, pergunta, faz, escreve, telefona, não deixes para depois. O depois pode não chegar para tudo."

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