A conversa com Manuel Luís Goucha começou com o ator a falar sobre a recuperação da cirurgia a que se submeteu: "Estou, mais ou menos, recuperado. Estou a recuperar. Como vês, estou a descansar a bengala porque ela tem trabalhado muito. [...] O médico aconselhou-me a que usasse a bengala, porque era melhor para mim, pode haver um desequilíbrio ou outra coisa qualquer."
Ruy de Carvalho recordou, ainda, a altura em que sofreu com "dores horríveis", por causa da hérnia à qual foi operado: "Quando sai do confinamento, tinha de acabar a telenovela que estava a fazer [a 'Nazaré' da SIC] . Como tinha que acabar, tive de começar a trabalhar, mas veio uma hérnia discal e tive de parar na telenovela. Eles lá arranjaram uma maneira de eu conseguir acabar, acho que acabo no Natal, ainda estou em cena, e consegui acabar o trabalho."
"Fazia um movimento e dava um grito ao mesmo tempo. O nervo [...] estava preso e, quando me mexia, era uma dor horrível, não conseguia levantar-me e andar. Estava completamente paralítico e um ator parado é um ator morto, e eu não quero ser morto, quero morrer na altura própria", acrescentou.
Sobre o regresso aos palcos, com a peça "Ratoeira", Ruy de Carvalho - que diz "ter 18 anos por dentro" - contou que é a trabalhar que se sente feliz: "Eu não sou ator de montra, sou ator de trabalho, de bengala. Acho que é essa a missão de um ator, fazer um serviço ao público, com a melhor qualidade possível."
Durante a conversa, houve, ainda, tempo para que o ator lamentasse o "abandono" da cultura em Portugal.
Note-se que Ruy de Carvalho vai estar em cena com a peça "Ratoeira" já no próximo dia 29 de outubro.
Assista, agora, à entrevista completa, em vídeos.