Entrevistas

Rita Pereira fala sobre a quarentena e assume: "Descobri a paixão pela cozinha"

A propósito do mais recente projeto, "Amor de Quarentena", Rita Pereira contou à SELFIE como tem vivido estes tempos de pandemia.

Como surgiu este projeto "Amor de Quarentena"?
O convite do "Amor de Quarenta" surgiu através do encenador Daniel Gaggini e dos produtores brasileiros. Eles procuravam alguns atores, em Portugal, que se enquadrassem no perfil que pretendiam: serem atores, fortes nas redes sociais, pessoas acarinhadas pelo público e que, realmente, pudessem ter curiosidade de falar com eles, de serem contactados pelos mesmos. Acabei por ser uma das escolhidas.

E como recebeu o convite?
Fiquei super entusiasmada! Primeiro, pelos atores que já tinham feito parte deste projeto, como os atores de "La Casa de Papel" e atores da Globo, super conhecidos, e, obviamente, que fiquei honrada. De tantos atores em Portugal, escolherem-me a mim foi super especial. Fiquei muito feliz! E, depois, o projeto. em si. é muito inovador. Tem a ver com redes sociais e com tudo o que se passa no nosso telemóvel, portanto, associo isso muito a mim e a esta união que tenho entre a minha carreira, enquanto atriz, e as redes sociais. Portanto, achei que faria todo o sentido fazer parte deste projeto.

E como está a correr?
Está a correr muito bem. Tenho tido um feedback altamente positivo! Sei que já venderam centenas de bilhetes e fiquei mesmo tipo: "Não estou a acreditar!". As pessoas enviam-me imensas mensagens, a dizer "Hoje, já recebi mais uma mensagem tua"; "Estou a gostar muito"; "É bom ouvir a tua voz, de manhã" ou "É bom saber que estás comigo, no dia de hoje"… Obviamente, as pessoas, ao longo destes anos, desde que existem as redes sociais, entram em contacto comigo, querem falar comigo, querem ser minhas amigas, querem saber um pouco mais de mim, além daquilo que exponho, e este projeto dá-lhes a oportunidade de ter, realmente, esse contacto privado comigo.

A quarentena trouxe mais amor?
Sinceramente, acho que a quarentena trouxe tudo. Trouxe novas paixões... houve, também pessoas que, realmente, a relação já estava por um fio e isto só lhes mostrou que não era este o caminho delas e acabaram por se divorciar, trouxe pessoas que descobriram mais entre elas, coisas em comum que gostam mais de fazer e não sabiam, por exemplo. Portanto, acho que este acontecimento no mundo trouxe de tudo um pouco, no que diz respeito ao amor.

O que foi mais difícil lidar na quarentena?
O mais difícil de lidar é não ter a confusão e a dinâmica toda que é a minha vida. Não estou habituada a não ter nada escrito na minha agenda para fazer, não estou habituada a não ter uma campanha fotográfica, a não ir gravar uma publicidade, a não ter textos para memorizar, a não ter um programa para apresentar, não estou habituada a poder ficar sentada, no sofá... Basicamente, esta foi uma experiência única na minha vida, nos últimos 18 anos de carreira.

O que mudou na quarentena?
Por exemplo, o que a quarentena me trouxe de novo foi a descoberta da paixão pela cozinha. Sempre gostei de cozinhar, mas, agora, estou apaixonada, estou viciada [risos]. Estou quase doente, passo os meus dias no 24 Kitchen, a ver novas receitas, o que pedi de prenda de Natal foi livros de cozinha, instrumentos de cozinha, estou sempre à procura de novas especiarias, novas ervas aromáticas para usar... Estou maluca! [risos] E, depois, foi o facto de, se não tivesse sido a Covid-19, jamais poderia ter estado um ano a acompanhar a vida do meu filho. Isso foi o lado positivo, para mim, este acompanhamento absoluto do crescimento do meu filho, neste último ano, sendo que é aquela fase em que a criança descobre quem é que nós somos, quem é que cada um de nós é. Para mim, foi ótimo, porque é realmente na passagem de um ano para os dois anos que a criança descobre quem é quem, que percebe de quem é que precisa, que começa a falar, começa a andar, começa a ser gente, e eu tive a possibilidade de estar com o meu filho, nesta altura.

Acha que esta pandemia vai ter algum impacto no Lonô?
Nunca se vai lembrar! Apanhou, exatamente, uma idade da qual ele nunca se vai lembrar. Um dia, ele vai estudar isto, porque tenho a certeza de que esta pandemia vai ser estudada nas escolas. Se eu estudei a peste negra, se estudei a gripe espanhola, se estudei tudo isso, tenho a certeza de que as crianças que passaram por isto, agora, com a idade de um ou dois anos, quando tiverem 11 anos, vão estudar isto na escola, quase de certeza.

Além da culinária, aproveitou este ano para aprender mais alguma coisa ou desenvolver algum hobby?
No início da pandemia, comecei a tirar um curso de francês, por razões óbvias, não é? [Guillaume Lalung, companheiro da atriz, é de nacionalidade francesa] E, realmente, correu muito bem e foi uma ótima ideia. Consegui desenvolver um pouco mais o francês, que só tinha tido na escola, quando era miúda. Foi logo no início da pandemia, andei dois meses a estudar, a fazer exercícios, já tinha aplicações para fazer exercícios, todos os dias, antes de dormir... [risos]

Está a pensar fazer mais alguma formação, agora?
Não sei, porque os cursos de que gosto são práticos, temos de estar cara a cara com as pessoas, são cursos de representação, portanto, é um bocadinho complicado, nesse sentido. Estou a pensar - lá está, esta loucura agora [risos] - em, talvez, fazer um curso online de culinária básica. Estou a adorar, estou a conseguir não comer tudo o que faço, isso é o mais difícil! Durante a pandemia, engordei seis quilos e, agora, já consegui recuperar. Tive ali uma fase em que treinei 83 dias seguidos e, depois, fartei-me e estive dois meses sem treinar, logo aí, engordei, porque tenho que ter este equilíbrio da alimentação e do treino, porque eu como bem, não como só alfaces! Como alfaces e feijoadas e, quando não treino, ficam só as feijoadas no meu corpo! [risos]

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