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Submersível Titan. Mário Ferreira lamenta morte de amigo e explica nega a convite: "Senti um calafrio"

Mário Ferreira, o presidente do conselho de administração da Media Capital, esteve à conversa com José Alberto Carvalho e Sara Pinto no "Jornal Nacional", da TVI.

Ao fim da tarde da passada quinta-feira, dia 22, chegou a notícia de que, por mais esperada fosse, se queria evitar: a guarda-costeira dos Estados Unidos da América confirmou, em conferência de imprensa, a morte dos cinco tripulantes do submersível Titan, que havia desaparecido no passado domingo, dia 18, uma hora e meia depois de ter iniciado a expedição aos destroços do Titanic.

"Poucas pessoas no mundo podiam acalentar a ideia de participar numa expedição como esta, mas o convidado que temos, agora, no 'Jornal Nacional', chegou a ter um lugar guardado para esta mesma viagem. Mário Ferreira, o presidente do conselho de administração da Media Capital e empresário, com conhecimentos da indústria naval", introduziu José Alberto Carvalho, no "Jornal Nacional", da TVI, que foi para o ar na noite de quinta-feira.

"Estou agradecido por sentir que ganhei uma vida, mas estou bastante triste, obviamente, porque perdi um amigo, um amigo recente. Conheci-o na viagem que fiz e é do grupo da Blue Origin, daqueles que viajaram até ao espaço. Ele viajou na viagem 21 e eu na 22. É muito triste", começou por dizer Mário Ferreira, referindo-se a Hamish Harding.

O presidente do conselho de administração da Media Capital adiantou que "já sabia, há algum tempo, da implosão". "Estavam só a tentar certificar essa informação, tentando encontrar algum tipo de destroços", frisou.

"É verdade que tive bilhete reservado, é verdade que esse mesmo contrato chegou", confirmou o empresário, justificando o que o levou a recuar, depois.

"No início do ano, estive na Flórida, num encontro do cube dos viajantes ao espaço. O Hamish desafiou-me para ir, havia um lugar livre. Disse-lhe logo que sim, que gostava muito de ir nesta expedição. Entretanto, quando me mandaram o bilhete, mandaram-me os links do interior do navio. Quando vi esses links, em detalhe, relativos à última missão, senti um calafrio e disse: 'Não sinto segurança na estrutura deste casco', é a palavra que uso", recordou.

"O que lhe casou estranheza?", perguntou a pivô.

"Era demasiado simples e o facto de ser um submersível tubular e sem compartimentação. Quando lhe disse que sim, visualizava algo do género que o realizador James Cameron já visitou 33 vezes. Este era moderno, diferente, demasiado simples... muito frágil. Não tive coragem de dizer isso, na altura, em abril, e disse-lhe: 'Não posso ir'", respondeu o empresário.

Entretanto, na semana passada, Mário Ferreira encontrou-se com Hamish Harding num evento que decorreu nos Açores. "Tivemos juntos num seminário, nos Açores, e o Hamish tinha a missão de eu preencher o lugar que ainda estava vazio. No final do jantar, disse-lhe: 'Não me leves a mal, sei que vais partir para esta viagem, mas eu não vou, nem nunca irei com estes [submersíveis]. Poderei vir a visitar o local com outros, mas, com este, não, porque não me oferece segurança. E, por favor, tem cuidado'", contou.

"No domingo, quando estava para embarcar, mandou-me uma mensagem. Disse-me: 'Está espetacular, o tempo está a ficar bom e tenho quase a certeza que, para o ano, vais ser o próximo'. Foi assim que se despediu", rematou o convidado do "Jornal Nacional".

Veja, agora, o momento em que Mário Ferreira foi entrevistado por José Alberto Carvalho e Sara Pinto.

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