Nos últimos anos, tem somado êxitos atrás de êxitos. As suas músicas acumulam milhões de visualizações no YouTube. Como explica tanto sucesso?
Acredito que o sucesso da minha música é uma mistura entre muito trabalho e fazer o que eu gosto. Sempre quis poder fazer música e entreter o público e acho que essa foi uma fórmula que deu certo. Acho que o público se identifica com a minha música e gosta dela, porque é feita com muita empolgação. Fico muito feliz que as pessoas gostem do meu som e que leve alegria e energia, através do funk, para tanta gente.
Esperava obter todo este sucesso com as suas músicas?
Acho que todo o artista sonha que a sua música atinja o público, mas não esperava que as coisas chegassem aonde estou hoje. Fui trabalhando um pouquinho a cada dia e acreditando sempre no meu sonho. Hoje, estou aqui, gravando um DVD só com músicas minhas em Portugal. Estou animado demais por ter chegado até aqui e sinto-me muito grato por ter tido as oportunidades que tive.
Ser músico era um "sonho de garoto"?
Sim, desde pequeno que tenho vontade de fazer música e entreter as pessoas. Queria levar o funk paro mundo e fazer com que as pessoas pudessem se conectar com a mesma energia que eu sinto quando estou nos palcos ou produzindo uma faixa nova. É surreal poder realizar esse sonho cada vez mais.
Qual é a origem do seu nome artístico?
Foi por causa da série "Todo Mundo Odeia o Chris" que eu ganhei o apelido de "Kevin O Chris". Na época em que era DJ, fiz uma parceria com o DJ Davizinho. Aí, apelidaram-nos de Chris e Greg e o nome ficou.
Por que motivo escolheu o funk como expressão musical?
Acho que o funk me escolheu. Esse é um ritmo que acompanho desde a minha infância no Rio de Janeiro. Ele faz parte de quem sou, de onde vim e as minhas raízes. Fico muito feliz por poder levá-lo para o mundo.
Acha que há ainda muito preconceito com o funk? E como tem lutado contra esse preconceito?
Acho que ainda existe preconceito, mas o cenário tem mudado. As pessoas, agora, curtem e já começam a respeitar o funk no meio cultural. É claro que ainda tem muita gente que não consegue dar o devido valor para a nossa cultura, mas faço de tudo para levá-lo para o mundo. Acho que fazer música é a melhor forma de mostrar para essas pessoas que o funk tem muito valor.
É verdade que sempre teve o sonho de levar o funk cada vez mais longe? E sente que tem alcançado esse objetivo?
Sim, o funk faz parte de quem sou e das minhas raízes. Ele traz-me muitas alegrias e quero poder levar esse sentimento para as pessoas. Acho que esse objetivo está cada vez mais próximo. Estou a gravar um DVD em Lisboa, após uma turnê nos EUA e depois de ter lançado feats com nomes importantes na música.
Exatamente: uma das maiores provas dessa internacionalização do funk foram as parcerias com Drake, Will.i.am e Post Malone. Que memórias guarda dessas experiências?
Essas parcerias representam um momento importante na minha carreira. Guardo esse momento com muito carinho e agradeço por ter tido essa oportunidade. Essas experiências significaram um passo a mais para realizar esse meu sonho de levar o funk para o mundo.
Qual é o próximo artista internacional com quem gostava de trabalhar?
Tenho muita vontade ainda de fazer um 'trampo' com a Cardi B. Ela combina muito com o funk, tem quase um DNA brasileiro ali. Gosto muito do trabalho dela e seria uma honra.
Por que motivo escolheu Portugal para a gravação do seu próximo DVD?
Tenho muito carinho pelo povo de Portugal. Sinto que existe uma troca muito boa entre nós e esse é um match que me deixa muito feliz. Fico feliz por poder entregar muito funk para esse público que acompanha o meu trabalho daqui.
Recebe muitas mensagens de fãs portugueses, nas redes sociais?
Graças a Deus, sim! Todo o trabalho que coloco no mundo é muito bem recebido por Portugal. Nos rankings das plataformas digitais, nas minhas redes sociais, em comentários nos clipes, os portugueses estão sempre presentes.
E conhece algo da música portuguesa? Já pensou em fazer colaborações com artistas do nosso país?
Conheço pouco, mas fiquei amarradão no som do David Carreira. Vi que ele já gravou um funk. Acho que podia fazer uma boa parceria com o David Carreira.
Esse DVD contará, apenas, com músicas de sua autoria. O que tem sido mais desafiante nesta nova etapa profissional?
Com certeza, foi conciliar todos os compromissos. Fiquei quase um mês nos EUA, em turnê, dividindo-me entre os shows e a produção, montagem de repertório e outros 'trampos' para o meu terceiro DVD.
Qual é a sua principal inspiração para compor?
Posso colocar numa música alguma história minha, coisas que sinto, como, também, escrevo sobre o que nunca vivi. "Tipo Gin" foi um som que eu escrevi pensando em Deus. Tudo aconteceu ao mesmo tempo: já tinha o beat e fui criando a letra e desenvolvendo tudo junto. Tem cavaco e teclado, que são tocados, o resto é eletrónico. Deus foi minha inspiração, o início da música fala sobre graça e energia, foi o que me tirou de um momento difícil que eu estava vivendo. Quando criei "Tipo Gin", estava mal, sem inspiração, não queria compor sobre p******, queria algo profundo. O refrão diz: "Ela tá movimentando." E essa frase representa uma pessoa que sempre ora por mim, se movimenta para me manter de pé. É sempre positivo fazer parcerias, a música chega com mais energia na pista, mas confesso que amo criar sozinho. Fico mais livre para criar o que quiser, ouvir-me e me dou 100%. É 100% a minha verdade. Assim, mostro mais de mim para o público.
Muitas dessas composições foram criadas durante o período de isolamento social?
No último ano, durante esse período complicado por que todos passamos, o estúdio foi a minha segunda casa, mais do que nunca. Fiz muita música, muita composição, pude dedicar-me demais ao que mais amo fazer.
Como foi ficar tanto tempo longe dos palcos, durante a pandemia?
Foi complicado. Acho que o mundo inteiro precisou de se adaptar durante a pandemia. Aproveitei esse tempo para produzir e trabalhar em outras frentes.
O que podemos esperar do seu concerto, no dia 13 de novembro?
Para o DVD "Sonho de Garoto", prometo aquele funk raiz do jeito que o público gosta. Estou muito orgulhoso desse trabalho.
Não é a primeira vez que vem a Portugal. Do que mais gosta no nosso país?
Do que mais gosto é da forma como os portugueses recebem a minha música, da energia nos shows. Subir aos palcos doutro país e cantar o nosso funk carioca, ver o público a curtir é demais.
Qual foi a maior conquista profissional que alcançou, até agora?
A minha maior conquista profissional sempre vai ser levar o funk cada vez mais longe. A cada passo que dou para fora do Brasil, levando o meu som, é uma realização muito grande.
E com uma vida profissional tão agitada, formar uma família está nos seus objetivos?
Minha família é a minha base, a minha prioridade. Hoje, tenho um filho e, para o futuro, neste momento, só desejo que ele cresça com saúde e com todo o conforto que o meu trabalho puder proporcionar.
Qual é o próximo "sonho de garoto" que quer concretizar, a nível pessoal e profissional?
A nível pessoal, é ver o meu filho crescer com saúde e, a nível profissional, é continuar a firmar ainda mais a minha carreira internacional.