Entrevistas

Sara Barradas tem novo desafio: "Aborda um tema um tanto ou quanto dramático"

Em entrevista à SELFIE, Sara Barradas fala sobre o novo projeto em que o público poderá vê-la já a partir desta quinta-feira, dia 14.

O que podemos esperar do filme "A Minha Casinha"?
Aborda um tema um tanto ou quanto dramático, principalmente para quem é mãe ou pai: o corte do cordão umbilical que se dá quando os filhos saem de casa e há uma sensação de vazio, algo para o qual a maior parte dos pais não está preparado. Nesse sentido, é dramático, mas o assunto é abordado com alguma ligeireza.

Já pensa na chegada desse momento com a Lua, embora ela tenha apenas quatro anos?
Já penso, já penso... [risos] Porque já vejo a minha filha a não querer ajuda nalgumas coisas, por exemplo. Eles deixam de ser muito dependentes e passa tudo muito rápido. Aquela máxima de que passa tudo a correr e que a vida são dois dias é mesmo verdadeira. Parece que ainda noutro dia estava a ter a minha filha e, hoje, ela já tem quase cinco anos. Só de pensar que daqui a mais um ou dois ela vai para a escola e que esta fase acabou... Passa tudo muito rápido!

Contar a história sendo mãe certamente é diferente do que fazendo este filme não o sendo.
Sim. Pelo menos, sinto-a digamos que com outra propriedade, outra intimidade...

Qual é a personagem que interpreta?
Interpreto a mãe 20 anos antes. Na atualidade, a personagem é feita pela Elsa Valentim. É uma pequena participação, um flashback do momento em que os pais se lembram de como foi o início da relação e o que era ser apenas um casal de jovens namorados. Depois, mesmo durante esse flashback, há como que uma passagem de tempo em que ela vai vendo a vida a passar e a criança a crescer dentro da própria cena. Foi interessante. Ainda que curtas, é sempre bom fazer incursões no cinema.

Gostaria de ter mais oportunidades em cinema?
Gostaria de investir mais nessa área, mas, infelizmente, não depende só de mim. Se dependesse só de nós, não estaríamos a ter esta conversa. É um meio bastante pequeno e muito selecionado. São vários os fatores... Começo pelo principal: há pouca produção de cinema em Portugal, devido à falta de apoios. Se se fizerem seis produções por ano, como é que, com centenas e centenas de atores, podemos estar todos à espera de entrar num filme? É difícil. Depois, naturalmente, os realizadores têm os seus gostos e é normal que, quando um realizador conhece e gosta do trabalho de um certo ator, o recrute várias vezes. Daí nós costumarmos dizer que são sempre os mesmos atores a serem chamados. Entendemos. Nós próprios, se pudermos escolher, vamos escolher pessoas com as quais nos identificamos e de cujo trabalho gostamos. Portanto, eu também percebo, de alguma forma, porque é que isso acontece.

E não falta público. Há uns anos, talvez se pudesse usar o argumento de que o público não ia ver cinema português mas isso, de alguma forma, está a mudar.
Está. Penso que, para o público em geral e que estava afastado do cinema português, o facto de se ter começado a fazer outro tipo de filmes, que não só aqueles que estávamos habituados a ver, ajudou. Um cinema mais abrangente - ou mais ligeiro, como queiramos chamar.

O chamado cinema comercial.
Exatamente. Isso pode ter ajudado a aproximar as pessoas. Agora, é continuar. Sendo que uma coisa não invalida a outra. Não tem de se deixar de fazer um género de filmes para se fazer apenas filmes comerciais. Acho, sim, que deve haver um pouco de tudo.

O filme vai estrear-se nas salas de cinema portuguesas já com um reconhecimento: o Prémio do Público no Austin Film Festival de 2023. É um selo de garantia de qualidade?
É isso mesmo. Acho que já vamos todos estrear com uma espécie de reforço positivo. Talvez mesmo para o público crie uma maior curiosidade em irem ver. Acho que vão gostar.

Veja, agora, nas galerias que preparámos para si, as melhores imagens de Sara Barradas.

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