Quando a "Festa é Festa" acabar, que personagem gostava de fazer?
Gostava de voltar a fazer uma personagem como o Hugo, de "Quer o Destino". Era um tratador de vacas e um caseiro numa casa de aldeia. Foi a personagem que mais gozo me deu fazer até hoje, porque era totalmente diferente de mim. Foi um desafio muito grande. Portanto, espero que o próximo projeto me desafie tanto ou mais do que o Hugo me desafiou, que me faça sair da zona de conforto, que me ponha à prova, para também mostrar que sei ser ator! [risos]
Em que aspetos o Hugo era diferente de si?
Em tudo! Desde a maneira de falar. Eu, o [Luís] Esparteiro e a Marina Mota criámos um dialeto próprio da nossa família. A maneira de andar, a maneira de se comportar, comer de boca aberta, não usar talheres, chegar a casa e tirar as botas que estavam cheias de bosta das vacas, porque ele trabalhava com as vacas. Ter de ter quase workshops na vacaria onde trabalhávamos, onde gravávamos... Conseguir estar no meio de 200 vacas. Atenção: por vezes, vemos vídeos na televisão e na Internet e as vacas parecem ser muito fofinhas, mas, de repente, estar rodeado de 200 vacas, torna-se quase amedrontante. Mete medo. Elas são grandes. E até tenho histórias engraçadas, porque elas gostavam muito de mim, então comiam-me parte da roupa. Tenho fotos geniais com a língua das vacas a lamber-me e havia uma que gostava muito de me comer os casacos. Há um casaco do Hugo que está todo reconstruído com pedaços de camurça.