Entrevistas

Entrevista a Marta Leite Castro: "Mudar é difícil... Troquei o certo pelo incerto"

Em conversa com a SELFIE, Marta Leite Castro fala sobre os projetos que abraça na CNN Portugal e recorda a mudança que fez na respetiva vida há nove anos.

Depois de tantos anos em trabalho corporativo, sente que está de volta?
Como nunca parei, sinto que para mim é igual. Mas como agora não é num canal lá fora, como era a RTP Internacional, tenho essa sensação de que estou de volta, porque os outros não me viam num canal aberto. A maior gratificação é que, de facto, é na área que estudei: marcas e empresas. Continuo completamente dentro daquilo que foi a minha mudança há nove anos.

Era uma ambição sua voltar a ter mais protagonismo?
A nossa audiência na RTP Internacional era maior da de qualquer programa de entretenimento em Portugal, porque a força da RTP Internacional lá fora é brutal e estão milhões de pessoas a ver-nos. Nós é que não temos muita noção, mas é uma pergunta pertinente, porque a maior parte das pessoas também considera isso. O que acho é que faria sentido, a dada altura, eu também mostrar os protagonistas das empresas e as próprias empresas cá. Não era eu ter o destaque, mas quem eu mostrava ter o destaque, porque acho que, quando fazemos o que gostamos, estar na RTP Internacional ou estar cá tem sempre o mesmo gosto. Mas claro que faria sentido ter uma montra. Agora: nunca esperei que a montra fosse uma tão grande surpresa, porque não havia a CNN quando me mudei há nove anos. A CNN só existe há um ano e tal. A vida também tem planos para nós. Se calhar, o plano que eu tinha era, sim, ter um canal que fosse aberto. Mas nunca imaginava que seria a CNN, por isso, acho fantástico.

E logo com dois programas. Como surgiu esta oportunidade?
Cheguei a sugerir alguns projetos à própria CNN Portugal, mas que, por acaso, nem tive tempo de levá-los a uma reunião, porque logo a seguir veio o convite para "Marcas com História" e, passados quatro meses, o convite para "Pitch". "Pitch" estreia-se primeiro, porque é um programa semanal. O outro é mensal e demora muito tempo a ser preparado. Cada programa demora mesmo muito tempo. É tipo um documentário, portanto, tivemos muitos meses de gravações.

Como está a ser esta experiência?
Está a ser fantástica! O "Pitch" está a mostrar a atualidade e estas vertentes das marcas numa lógica muito mais de proximidade. O outro programa tem aquela coisa de mostrarmos o passado, o presente e o futuro com outra calma.

E está como peixe na água.
Sim. Há nove anos, fui tirar Comunicação Empresarial, que acumulei com o curso de Jornalismo mas que me deu esta noção mais profunda. Quando mudamos, precisamos mesmo de aprender e saber. Nesse sentido, acho que não poderia ser mais perfeito.

E ambiciona outros voos?
Ai, eu não paro, eu não paro [risos]! Quero inovar para o próximo ano. Se puder inovar...

Em televisão?
Talvez mais no digital. Uma coisa complementar.

Não tem saudades da altura em que era falada todas as semanas e estava, digamos assim, no seu auge mediático?
Não, não tenho. Fui sempre acarinhada, mas acho que estou noutra fase da minha vida. Há nove anos, decidi mudar.

E nunca se arrependeu dessa mudança?
Nunca me arrependi. Não foi fácil, mas acreditei sempre e deu certo. Mudar é difícil...

Porquê?
É o incerto... Eu troquei o certo pelo incerto. Trabalhava todos os dias numa estação e num projeto. Pedi à própria estação para me mudar para uma coisa semanal, mais de responsabilidade social, e assumi essa minha responsabilidade. E fui em frente! Não é fácil, mas acho que é fantástico quando ousamos, arriscamos e dá certo.

Relacionados

Patrocinados