Fátima Lopes é uma das figuras públicas que vão marcar presença, a convite do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, na cerimónia de acolhimento da Jornada Mundial da Juventude, agendada para a tarde desta quinta-feira, dia 3, no Parque Eduardo VII, evento no qual o Papa Francisco se encontrará, pela primeira vez, com os jovens.
A SELFIE esteve à conversa, em exclusivo, com a estilista, sobre as expectativas que tem para este momento especial e, sobretudo, sobre a Jornada Mundial da Juventude.
É a primeira vez que vai cruzar-se com o Papa Francisco? Como se sente?
Vai ser a primeira vez que vou vê-lo. Estou muito entusiasmada, é verdade. Tenho muita vontade de estar próxima dele. As boas energias, tudo o que vem por bem, é bem-vindo.
É católica?
Não vou mentir. Nasci numa família católica, mas não sou uma católica crente e, muito menos, praticante. Tenho a minha fé, acredito em algo superior, mas não gosto de quantificar. Agora, sou uma admiradora assumida do Papa Francisco, por tudo o que ele representa. Acho que o Papa é, efetivamente, a pessoa que personifica a bondade, o bem e tudo o que, neste momento, o mundo precisa, que é a paz, a solidariedade, a igualdade, seja de género, de etnias e, até, em relação às várias religiões. O Papa não discrimina ninguém. Este Papa é aquela pessoa que veio abrir os olhos à sociedade e que não foge às responsabilidades. Acredita no melhor de todos os seres humanos. Apesar de estar doente e de ter a idade que tem, não foge às responsabilidades e tem feito um trabalho fantástico. Não esconde os problemas. Pelo contrário, enfrenta-os. Prova disso é que já chegou a falar dos problemas da própria igreja, das vergonhas que têm sido tornadas públicas. É uma pessoa com uma visão da atualidade e do mundo como há poucas. O Papa é o representante do bem, acho que é a melhor frase para o descrever.
Sendo a Fátima Lopes uma embaixadora do nosso país, uma vez que já representou Portugal, por diversas vezes, no estrangeiro, como avalia o facto de Lisboa ter sido a cidade escolhida para a realização da Jornada Mundial da Juventude 2023?
Acho que estamos a viver um momento histórico, apesar de todas as críticas. Basta sair à rua e percebemos isso. A felicidade visível no rosto dos peregrinos, dos jovens e até dos portugueses é contagiante. As pessoas têm o hábito, infelizmente, de criticar tudo, mas eu acho que este momento é histórico e que vai trazer muito, mas muito retorno a Portugal e, sobretudo, a Lisboa. É a melhor montra, a melhor jogada de marketing, se assim o pudermos chamar. E, atenção, que nenhuma campanha de marketing traria este retorno a Lisboa e sabemos que essas campanhas custam muito dinheiro. Acho que é preciso que as pessoas pensem um bocadinho, antes de criticar. Nada é perfeito e obviamente que as coisas podiam ter sido feitas de outra forma. Mas o retorno que isto vai trazer, a curto e a médio prazo, não é quantificável. Vejamos a quantidade de jornalistas de todo o mundo que estão cá, a falar bem de Lisboa. Isso não tem preço!
A Fátima não gosta de multidões.
É verdade! Costumo dizer isso, que não gosto de multidões e que, acima de tudo, tenho medo de multidões. Mas todas as pessoas que estão cá neste momento, estão por bem. Confesso que tenho andado aqui no meio destas pessoas, o meu atelier e a Face Models [a agência de modelos da estilista] ficam numa rua transversal à Avenida da Liberdade e não posso deixar de trabalhar, e a felicidade que paira no ar é contagiante. Apesar de estar no centro de Lisboa, não me importo nada com as restrições e acho que isto é bonito, muito bonito. Dificilmente, vamos voltar a viver um momento destes, pelo menos, nos próximos tempos. É um esforço meritório, acho que vale a pena.
Tem sentido dificuldades em chegar ao seu local de trabalho?
Nenhumas. Acho que as pessoas estão todas a ser muito civilizadas e estão todas a cumprir o que foi proposto, e bem proposto, pelas autoridades. Tenho chegado ao trabalho sem problema algum. Não tenho nada a criticar... pelo contrário, só tenho que elogiar.
Já tinha estado com outro Papa?
Estive com o Papa João Paulo II quando era adolescente. Nunca me esqueci. Gostava muito dele, também. Foi na Madeira, tinha 19, 20 anos. Nunca me esqueci disso, foi um momento importante. Aliás, ele tocou-me. Pôs a mão na minha cabeça. Eu estava com a minha mãe e foi um momento importante para ela, porque era católica praticante.