Oriundo da Madeira, Carlos Costa chegou a Portugal continental com um objetivo: ser bem-sucedido na área da música. Um dos primeiros passos já estava dado, quando o cantor integrou o elenco da adaptação de "High School Musical".
"Foi o meu primeiro desafio. Com 15 anos, fiz o casting para uma adaptação para teatro musical do 'High School Musical' e acabei por ficar. Era das poucas caras não conhecidas do elenco. Éramos 40 e tal elementos. E foi uma experiência muito enriquecedora, porque aprendi muita coisa. E, quando me apercebi na primeira reunião de elenco, só havia caras conhecidas, como o Paulo Vintém, a Diana Lucas... Fiquei impressionado e até um pouco deslumbrado com tudo aquilo", começou por recordar, em exclusivo à SELFIE.
E que Carlos Costa encontrávamos nessa altura? O artista responde-nos: "Um Carlos confiante, sem medo da vida, sedento de novas experiências, sedento de coisas novas, de mostrar o talento, provar alguma coisa ao país, de se tornar conhecido para que isso lhe trouxesse mais trabalho e mais experiências e, posteriormente, dinheiro e sucesso no que dizia respeito à sua arte. Era muito aventureiro, o que se foi perdendo ao longo dos anos. Fui-me tornando mais cauteloso. E era algo que gostaria de reverter um bocadinho."
Entretanto, Carlos Costa aceitou inscrever-se no "Ídolos". Numa viagem no tempo, o cantor explica o que o motivou a inscrever-se no talent show: "Foi um desafio de uma colega minha que estava a trabalhar comigo. Ela tinha-se inscrito e perguntou-me por que motivo não me havia de me inscrever também. Queria muito fazer um programa de televisão e sabia que existia grandes possibilidades de conseguir, assim que me apresentasse no primeiro casting."
Carlos Costa faz um balanço positivo dessa primeira experiência televisiva: "É incrível como a televisão nos transforma de um momento para o outro. De repente, já não era só o Carlos que fazia teatro. Já era o miúdo que andava na rua e toda a gente sabia quem era. Ou, pelo menos, qual era o meu nome. Foi uma transformação interessante e desafiante. Soube-me muito bem, na altura. Sabe-me muito bem saber que marquei as pessoas pela minha imagem e pela minha voz. E foi um desafio fazer televisão. Já tinha um percurso artístico muito longo: desde os 12 anos que cantava sempre e competia e fazia muitas coisas ligadas à música, mas sem nunca ter feito televisão. Foi algo que foi feito de uma forma muito natural, espontânea, verdadeira e intensa."
"Além disso, foi muito bom competir, trabalhar com as equipas que trabalhei de caracterização, por exemplo. E foi muito bom trabalhar com os outros concorrentes, como o Filipe [Pinto], a Diana [Piedade], o Salvador [Sobral]... Ter a oportunidade de fazer parte da vida artística dessas pessoas é algo que me deixa bastante orgulhoso. Na altura, foi fantástico. Estava a concretizar um sonho de criança", assegurou, ainda.
No entanto, o percurso no "Ídolos" também foi marcado por algumas dificuldades: "O mais difícil foi a sede de vencer, de querer passar para a próxima fase. Estava ali mesmo a competir, independentemente da amizade que nutria pelos meus colegas. Essa é uma característica de ilhéus [Carlos Costa foi nascido e criado na Madeira]. Não tinha ligação nenhuma ao meio artístico, o que tornava tudo mais difícil para mim. O meu pai era um 'faz-tudo'. A minha mãe era comerciante. A minha ligação direta ao mundo artístico era zero. Então, a sede de provar algo ao mundo era muito maior. A competição era muito séria. Passar de gala para gala com medo de não ser o mais votado, de entrar em discórdia com os jurados (o que aconteceu muitas vezes), de não passar para a fase seguinte era algo que levava muito a sério. Hoje, entendo que não devia ter levado tanto a competição a sério, mas, sim, a minha performance artística. Se formos ver os vídeos da altura, eu não cantava nada. Muitas vezes, falhava as letras. Não era nem 1/4 do artista que sou hoje em dia, nem tinha 1/4 da capacidade vocal de hoje em dia."
Veja, agora, algumas das melhores imagens de Carlos Costa, nas galerias de fotografias que preparámos para si.