Joana Amaral Dias faz novas revelações sobre a morte do pai e promete ir até às últimas consequências

Um mês após a morte de Carlos Amaral Dias, a psicóloga relatou, em conversa com Júlia Pinheiro, as etapas do fatídico dia, decidida a apurar responsabilidades. 

"Nós tínhamos uma relação muito próxima, com altos e baixos, porque o meu pi tinha uma personalidade muito vincada e muito marcada, e eu também [risos]. E, portanto, muitas vezes, convergíamos nas nossas opiniões. Um dizia mata, outro dizia esfola. O meu pai era um homem muito culto, com quem se podia falara de todos os assuntos", introduziu a psicanalista.

Depois de ter sofrido um AVC em 2012 - que o levou ao internamento de mais de um ano - Carlos Amaral Dias recebia a visita diária da filha, que fazia questão de o presentear o progenitor com "comida caseira": "Aproximou-nos muito e passou a nossa relação para outro nível". 

Em dezembro, Joana Amaral Dias recebeu a dura chamada que deu conta da morte do pai. "Foi muito doloroso, porque o meu pai, de facto, tinha uma condição de saúde limitada, mas estava acompanhado, por isso, estava tudo controlado. Há uma manhã em que o meu pai e sente mal, parece que está a dormir e não está a responder. A assistente do meu pai está com ele e chama a ambulância, ainda não são 9 da manhã."

"O meu pai morava no centro de Lisboa, no coração da cidade. [...] Hospital São José é pertíssimo. [...] A ambulância demora um pouco a vir, mas lá chega. E, quando chega, esse ambulância não vem preparada para responder à situação, nem do ponto de vista da formação dos técnicos, nem do equipamento., não só isso, como a ambulância avaria", avançou.

"A história é pior porque, a seguir, o meu pai continua muito mal e aqueles bombeiros, aquele equipamento e ambulância não conseguem dar resposta. É chamada a segunda ambulância que demora 40 minutos, e o estado do meu pai a agravar-se, e, também, chega sem equipamento necessário", continuou.

Revoltada com o episódio trágico, Joana Amaral Dias sublinha a negligência do INEM neste caso: "Ou seja, não há comunicação. O INEM já levantou o relatório e 'sacode a água do capote', mas o INEM é que é o responsável, primeiro e último, em Portugal, pelo Sistema de Emergência. [...] É o INEM que tem de responder a esta situação e é o INEM qee vai responder por esta situação."

Determinada a responsabilizar o INEM, quer em memória do pai, quer pelos portugueses que passaram e passam pela falta de assistência médica, Joana Amaral Dias promete ir até às últimas consequências, juntamente com a família. 

Recorde-se que Carlos Amaral Dias morreu a 3 de novembro, em Lisboa. Carlos Augusto Amaral Dias tinha abandado há cerca de um mês, a seu pedido, a direção do Instituto Superior Miguel Torga (ISMT), à frente do qual esteve mais de duas décadas, sendo designadamente o principal responsável pela afirmação e crescimento do estabelecimento, no qual foi o impulsionador da criação da maior parte das suas licenciaturas.

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