Conheça a única mulher repórter de imagem da TVI

Paula Fernandes, a única mulher repórter de imagem da TVI, falou, com a Selfie, sobre os projetos que mais a marcaram e as dificuldades que enfrentou, ao longo da carreira.

Paula Fernandes
Paula Fernandes

A reportagem "Um Pedaço de Ti" levou Paula Fernandes a conquistar o prémio Apifarma -Clube de jornalistas e a vencer na categoria de televisão, ao lado da jornalista Isabel Moiçó, com montagem de João Pedro Ferreira. A reportagem retrata o mundo da doação e transplantes de órgãos, em Portugal.

Como é ser a única mulher repórter de imagem, na TVI?

"Desafiante. O facto de ser um mundo de homens é ainda mais desafiante. Ter que encaixar num setor de homens. É difícil ganhar um espaço ao sol, sem dúvida. O reconhecimento existe, mas não é fácil entrar neste mundo, sendo mulher."

Como foram os primeiros passos?

"À descoberta, a ganhar confiança, a crescer, a conquistar lentamente, a conquistar a nível profissional, a conquistar a nível de relações pessoais no trabalho, uma conquista permanente. Eu também estive no outro lado. Comecei do outro lado. Eu entrei na TVI como jornalista e a TVI defendia a polivalência. Portanto eu saía como jornalista de manhã e à tarde saía como repórter de imagem, até que, chegou a um ponto, em que a credibilidade ficava completamente afetada, tanto num setor, como no outro, e tive que tomar uma opção. Tive que decidir o que é que queria."

Feliz com a decisão?

"Feliz até hoje, sem dúvida. Acho que foi o melhor."

Qual é que foi a reportagem que mais a marcou?

"Já tive várias. Curiosamente, as duas reportagens que, porventura, me terão marcado mais foram com a Isabel. Uma destas foi a reportagem dos transplantados."

Em relação à reportagem "Um pedaço de Ti", como foi receber este reconhecimento?

"Conseguimos dois prémios em um, uma proeza. Foi muito bom. Damos sempre o litro no terreno e podemos ficar muito satisfeitos com o resultado, mas um reconhecimento e, ainda por cima, desta dimensão é, sem dúvida alguma, para me deixar muito feliz."

Ao longo da sua carreira, qual é que foi o maior desafio com o qual se deparou?

"Falando sobre as reportagens que mais me «saíram do pelo», a todos os níveis, quer a nível físico, quer a nível emocional, foi em Fukushima, com Isabel Louça Santos, que andava sempre de mochila com tudo preparado, para o caso de acontecer o pior. Nós termos que nos abrigar. Andava sempre com o equipamento às costas, para carregar baterias, para o computador, para fazer envios, com água, com comida, com snacks... e deixava todos os dias tudo trancado no quarto, como se a mala viesse sozinha para cá, sem mim. Esta foi muito díficil e, no passado agosto, foi a reportagem dos terramotos em Itália, que foi muito dura, a todos os níveis possíveis e imagináveis." 

O que é que lhe falta fazer?

"Já fiz de tudo. Mas qualquer coisa com uma imagem feliz."

 

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