Entrevistas

Sara Sousa Pinto: "Ser mãe faz parte dos meus planos"

Numa entrevista exclusiva à SELFIE, a jornalista Sara Sousa Pinto faz um balanço do primeiro ano à frente do programa "Esta Manhã" e partilha um dos desejos, no plano pessoal.

No próximo dia 1 de fevereiro, comemora-se o primeiro aniversário do programa "Esta Manhã". Que balanço é que faz deste primeiro ano?
2021 foi o meu melhor ano tanto a nível pessoal, como profissional, e acredito que os dois estão ligados. O 'Esta Manhã' foi o ponto alto da minha carreira, até agora. Desafia-me, todos os dias, mas dá-me tranquilidade e mantém-me feliz e equilibrada.

Qual foi a maior lição a nível profissional - e, também, a nível pessoal - que já aprendeu com o "Esta Manhã"?
Que uma conversa é muito mais interessante do que uma entrevista e que mesmo o tema mais sério ou "mais informativo" pode e deve ser tratado com leveza, de forma descomplicada e, sobretudo, útil para quem nos vê.

E qual tem sido o maior desafio?
Conseguir superar-me a cada dia. Sou muito exigente comigo e, durante os primeiros tempos, tinha dificuldade em relaxar, deixar-me ir. Agora, continuo a ser exigente, talvez até mais, mas aprendi a divertir-me a trabalhar e a mostrar-me exatamente como sou.

Foi fácil adaptar-se ao mediatismo?
Foi relativamente fácil, até porque continuo a escolher o que partilhar com os outros e essa é uma liberdade que me deixa confortável.

Até agora, qual foi a emissão mais marcante do "Esta Manhã"?
Tivemos várias muito marcantes, acho que não consigo eleger só uma. A primeira, por razões óbvias, por ser a estreia, com a adrenalina típica de um projeto novo que todos queríamos muito que corresse bem. A emissão do dia 8 de março, em que assinalámos o Dia da Mulher e que trouxe um bocadinho o meu lado pessoal, ao entrevistar uma das minhas melhores amigas. E, claro, os programas que fazemos no exterior, sendo que Coimbra foi particularmente especial e nostálgico.

O primeiro aniversário do "Esta Manhã" será celebrado de alguma forma especial?
Estamos a preparar uma emissão especial em cheio e muito dinâmica. À semelhança do que aconteceu no Natal e no dia 31 de Dezembro, quisemos reunir as caras, os comentadores e os técnicos que estão connosco desde o primeiro dia. Acho que trazer para a frente da câmara quem está atrás sempre foi o ADN do programa e aquilo que nos distingue, realmente.

E há novidades preparadas para o segundo ano de existência do programa? Algumas rubricas novas, por exemplo...
Há surpresas, todos os dias, muitas das vezes até para nós, apresentadores. Continuamos com as rubricas que fazem sentido, com as que acrescentam e continuaremos a trazer novidades. E, claro, a percorrer o país com a boa disposição e a energia do costume da nossa Susana [Pinto].

O "Esta Manhã" é um formato de infotainment. Sempre teve curiosidade em se dedicar a este tipo de informação, desde quando estudava jornalismo?
Confesso que conhecia o formato e acompanhava o que se fazia lá fora e sempre achei que o jornalismo podia ser mais isto, mais leve, mais fresco, para chegar a mais pessoas e, sobretudo, para que elas se interessassem. Mas, quando fiz a pós-graduação em jornalismo, não achei que me fosse dedicar a este formato, até porque não existia em Portugal, e nunca tive a ideia de emigrar.

A sua formação inicial não está diretamente ligada ao jornalismo: é licenciada em Relações Internacionais. Mesmo assim, há algo que tenha aprendido nessa licenciatura que acabe por aplicar no seu trabalho enquanto jornalista?
Arrisco mesmo em dizer que todos os dias aplico praticamente tudo o que aprendi. Para já, nós damos muita relevância a temas internacionais, seja de conflito, seja de economia política. Relações internacionais deu-me uma bagagem e uma cultura geral que sempre soube que me ia ser muito útil no futuro, independentemente da profissão que seguisse.

Por que motivo, após essa licenciatura, decidiu formar-se em jornalismo?
Porque, no decorrer do curso, comecei a perceber que tinha uma ideia muito utópica sobre como funcionavam as instituições internacionais. Portanto, pensei em ser repórter para estar no terreno e ver a situação pelos meus próprios olhos e tirar as minhas conclusões.

Sempre teve o apoio da sua família, quando decidiu seguir essa área?
Sempre, à exceção de quando lhes disse que gostaria de fazer reportagem em zonas de conflito.

Considera-se uma inspiração para os jovens que querem ser jornalistas?
Penso que sim, pelo menos recebo várias mensagens nesse sentido e claro que fico muito contente. É sinal de que estou a fazer um bom percurso e um bom trabalho em chegar às gerações que, segundo dizem, estão cada vez mais afastadas da televisão tradicional.

Na sua opinião, quais são os fatores obrigatórios para ser um bom jornalista?
Ser curioso, dedicado, interessado, saber ouvir e ser credível.

Recentemente, foi uma das apresentadoras do "TVI ComVida", um formato exclusivamente de entretenimento. Como foi essa experiência?
Foi muito bom. Diverti-me muito e, mais uma vez, senti que cresci e que me desafiei. Costumo dizer que ninguém cresce na sua zona de conforto e, portanto, faço questão de saber fazer de tudo um pouco.

Há um lado curioso que poucos conhecem sobre si: o jeito para ser maquilhadora. Como é que a maquilhagem surgiu na sua vida?
A minha mãe tinha uma perfumaria e comecei a trabalhar lá, aos 12 anos, sempre que ela precisava da minha ajuda e, sobretudo, em datas festivas. A maquilhagem surgiu aí, por arrasto. Com tutoriais, no YouTube, comecei a maquilhar-me a mim, depois às amigas, depois às clientes. Apanhei o jeito e o gosto e ficou até hoje.

Podemos dizer que perdemos uma boa maquilhadora?
Acredito que ganhámos uma melhor jornalista e, agora, apresentadora. Que o digam as amigas, que ficaram com uma maquilhadora privada (risos).

Sente que existe, ainda, muito o estereótipo de que uma mulher bonita e que se preocupa com a imagem não pode ser inteligente ou uma boa profissional?
Cada vez menos, mas ainda me lembro de sofrer isso na pele. Odeio estereótipos, rótulos, e ideias pré-concebidas sobre as pessoas. Costumo dizer que nós podemos ser várias coisas. E não vejo por que motivo é que uma mulher que se preocupa com a imagem tem de ser menos inteligente.

Mantém uma postura discreta em relação à vida pessoal, mas, mesmo assim, podemos saber se tem namorado? E, caso tenha, como é que ele tem lidado com o mediatismo que a Sara ganhou, sobretudo de há um ano para cá?
Tenho namorado e ele apoia-me, sempre, em todos os projetos, mesmo quando, às vezes, fico mais reticente. Diz-me sempre: "Vai."

Casar está nos seus planos? E deseja ser mãe?
Casar não faz parte dos planos, mas ser mãe, sim.

No começo do ano, há uma pergunta que se impõe: quais são os seus desejos, para os próximos 12 meses?
Os desejos são muitos, mas guardo-os, para mim (risos).

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