Foi nas redes sociais que o ex-namorado de Fanny Rodrigues partilhou, recentemente, um relato arrepiante de quem esteve nos cuidados intensivos, em plena pandemia e, claro, de quem já superou muito, após duras batalhas contra um cancro e, ainda, espera por um transplante.
Ainda que, entretanto, já tenha testado negativo para o novo coronavírus, Sandro Lima revelou: "Continuo, por aqui, internado e a recuperar dia após dia."
"Já lá vai quase um mês e confesso que tenho tido muito tempo para pensar sobre tudo e escrever sobre mais ainda. A madrugada tem-me convidado a desabafar e eu tenho desabafado com ela...", acrescentou, partilhando o poema que escreveu, abaixo.
"A vida. Um ápice. E deixamos de ser.
Num sopro.
Quanto mais o tempo me passa por entre os dedos menos consigo entender o que isto é, de estar cá. De viver.
Ainda agora somos, como já não somos nada.
Restam-nos as memórias. E as lembranças.
O mundo pára.
Num segundo transformados em pó.
E deixamos de estar. Deixamos de ser. Do Nada. Para a eternidade.
Por mais que tentemos compreender o mistério da vida, nunca o iremos entender.
Questões sempre existirão milhões.
E uma corrida ofegante a respostas que nunca chegarão. Também.
...respostas que nunca chegarão... não no tempo certo.
O mundo pára.
Num segundo transformados em pó.
E deixamos de estar. Deixamos de ser. Do Nada. Para a eternidade.
Um dia, talvez, amanhã, quando acharmos que a vida nos voltou a sorrir, alcançaremos o conforto e aconchego que, ontem, tanto desejávamos, quando tanto chorávamos apenas por um consolo e um abraço apertado.
As vezes, é só isso que é preciso.
Um abraço apertado.
Para tudo voltar a fazer novamente sentido.
Os olhos voltam a abrir, mais tarde, a sorrir, os lábios soltam-se, as lágrimas caem timidamente e a vida fala o que nunca falou:
O amanhã é uma ilusão. O ontem é uma memória. Vive. O hoje. O agora. Com muito amor, vontade e bondade.
Não deixes nada por dizer. Nada por fazer.
Não deixes que seja tarde demais.
Para sempre.
E ri. Sorri. Muito. Até ao último suspiro."