"Com as palavras que escolhe, teve cuidado. Com os gestos é que nem sempre teve cuidado. Veio cá para fora e já percebeu que incendiou as redes sociais com aqueles gestos. Desvalorizei porque, numa discussão, aqueles gestos são evitáveis, mas, ali, acho que podem surgir. O problema é que associamos estes gestos a terroristas, a radicais islâmicos. Quando fez esses gestos, que eu continuo a desvalorizar, porque acho que no calor de uma discussão podem surgir, não sentiu que os iriam prejudicar?", introduziu Manuel Luís Goucha, relativamente aos gestos polémicos que Ossman Idrisse fez dentro da casa do "Big Brother", nomeadamente o de simular uma decapitação e o de segurar uma metralhadora.
"Não foi no calor de discussões. Eu sou animador e eu penso para mim: 'Eu tenho de dar aqui espetáculo'. Eu não sou um terrorista, não sou um radical islâmico. Imagine, eu sou um Lourenço Ortigão. Já descrevi a situação. Estava a falar com o Zé Pedro e eles não apanharam o contexto da conversa. Foi do tipo: 'Nós vamos embora, é o mais provável. Mas se conseguirmos ficar, temos de entrar aqui... agora o próximo és tu'. E eu estava a fazer os gestos para o Zé", respondeu o, agora, ex-concorrente do reality show, que foi expulso na última gala.
O apresentador do programa "Goucha" admitiu que toda a situação foi "redimensionada nas redes sociais".
"Isso vou sempre achar injusto. Não estou a gostar que o estejam a fazer comigo e ia detestar se fizessem com o outra pessoa", lamentou o empresário, de 38 anos.
"Na casa [do 'Big Brother'] conheciam-me 24 sobre 24 horas e fiquei a achar que os portugueses também conheciam, que estou sempre a brincar. A história da metralhadora... é o Francisco Monteiro, tentei montar uma imagem dele, é como se fosse 'Extreminador Implacável'. Não era eu a disparar, sou eu a simular que era ele", reforçou Ossman Idrisse.
Manuel Luís Goucha quis, então, conhecer a opinião do convidado, que é muçulmano, sobre os terroristas e radicais islâmicos.
"Islão não é isso. Nós condenamos. Chego cá fora e deparo-me com uma notícia tristíssima [a do conflito Israel-Palestina]. Sinto-me fútil porque tenho de estar a ver a minha prestação ali dentro e estou a ver estas imagens. Toda a vida, na mesquita, é-nos ensinado que isto está tudo errado. Aquilo não é o Islão, não nos identificamos com aquilo e não podemos ser todos rotulados, generalizados. Esse é o perigo", respondeu o ex-concorrente.
Veja, agora, o vídeo.